Não é incomum recebermos no Consultório pacientes que, por exemplo, “querem fazer Botox® (Toxina Botulínica) mas não querem fazer Harmonização Facial, porque fica exagerado”.
Vamos começar esclarecendo que a Harmonização Facial é uma especialidade que abrange diversos procedimentos, entre eles a aplicação de Botox®. Ou seja, fazer Botox® é fazer Harmonização Facial.
Mas o que será que está fazendo cada vez mais os nossos pacientes criarem certa repulsa ao termo “Harmonização Facial”?
Nas redes sociais podemos ver diversos comentários negativos quando publicam matérias que informam que determinado famoso se submeteu à Harmonização Facial. Muitas pessoas expressam a sua opinião como “ah, mas não precisava…”, “daqui a pouco estarão todos iguais”, “está todo mundo ficando com o mesmo rosto”.
Porque será que isso acontece? Quando foi que os procedimentos estéticos que deveriam ter o objetivo de melhorar nossa autoestima, se tornaram tão negativos e geram repulsa nos dias de hoje? A resposta está aqui: exageros e dismorfismo.
Existe uma linha muito tênue entre realçar pequenos pontos positivos da face ou camuflar pontos de discrepância, e passar do ponto, perdendo as referências do que é uma beleza considerada hoje natural. Com o passar dos anos, o conceito do que é belo mudou diversas vezes. Não precisamos ir muito longe para exemplificar que há apenas cerca de 12 anos, o padrão do que era considerado bonito eram as “Mulheres-Fruta” (não significa que era bonito para todos, mas sim para a maioria). Se voltamos mais no tempo, no século XIX o padrão de beleza estava nos corpos que hoje consideramos gordos. O conceito de beleza muda rapidamente e com ele vem os exageros, principalmente nos países onde a estética é muito considerada (países da América Latina e Estados Unidos, por exemplo).
Quando algo é considerado belo, todos querem, e querem mais, abrindo espaço para os exageros e logo para a mudança do conceito novamente.
Quando vemos rostos desarmônicos, inestéticos, desproporcionais ou ainda, padronizados, estamos diante de um problema relacionado à visão que o paciente tem de si mesmo e à falta de análise de visagismo do profissional que o atende.
No que diz respeito ao paciente, quando ele apresenta essa distorção de imagem, onde ele não enxerga mais o limite do que é anatomicamente estético, onde ele é incapaz de visualizar que aquele padrão está longe de ser -ou aparentar ser- natural, há grandes chances dele estar sofrendo de um quadro que denominamos DISMORFISMO. O uso dos filtros nas redes sociais contribuiu para a insatisfação das pessoas com a sua própria imagem. Ou seja, você ser como é já não é mais o suficiente, e a busca pela perfeição, estimulada pelos influencers, também somou ao aumento de casos de Dismorfismo. Para reverter essa visão, muitas vezes, além do profissional harmonizador, se faz necessário o acompanhamento de psicólogos e terapêutas.
Por outro lado, quando falamos em EXAGEROS, eles muito tem como responsáveis os profissionais que executam os procedimentos. Cabe a nós, profissionais, a função de orientá-los e guiá-los no que diz respeito a quantidades, medidas, proporções e análise de dimensões, visto que somos nós que estudamos sobre isso. Às vezes, o que pode motivar os profissionais que continuam aplicando quantidades exageradas de produtos ou diagnosticando de forma equivocada, sejam motivos além da ética e profissionalismo. Portanto, quando um profissional negar um procedimento em você por considerar que não seria adequado, o agradeça, pois este sim é um profissional ético, correto e que trabalha dentro da Harmonia da Face.
Fique atento à si mesmo, ao que você considera bonito. Olhe-se no espelho e perceba a beleza da naturalidade e tente enxergar o que seria passar do ponto. Fazer procedimentos estéticos não deve ser alvo de repulsa, desde que sejam feitos com objetivos embasados na individualidade e não na futilidade.
E para completar, pesquise, se informe e procure por profissionais que priorizem o teu bem-estar, físico e mental.
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