LiteraturaPost: Vida de Autor Clássico ou contemporâneo?

Ao invés de cair no mérito se ser a balança que dá o veredicto sobre qual tipo de literatura “vale mais” porque não analisarmos os benefícios das duas?

  •  Boa tarde, leitor do MaringáPost. Espero que você esteja bem! Mais uma terça-feira chega, e com ela nosso bate-papo sobre literatura.

    Hoje venho debater contigo um tema um pouco polêmico:

    A polarização entre a Literatura Clássica e a contemporânea.

    Desde as redes sociais até no âmbito escolar discute-se a valoração da literatura, por vezes apenas considerando apenas os clássicos da literatura brasileira em detrimento à literatura contemporânea. Ao invés de cair no mérito se ser a balança que dá o veredicto sobre qual tipo de literatura “vale mais” porque não analisarmos os benefícios das duas?

    A literatura clássica engloba diversos nomes que fizeram parte da história do Brasil na arte da escrita. Machado de Assis, Ariano Suassuna, Graciliano Ramos e Clarice Lispector certamente fizeram parte da grade escolar dos estudantes do Ensino Médio. Por vezes, com linguagem difícil e ambientada em algum lugar no passado, seja ele próximo ou distante, a complexidade em compreender a mensagem do autor para o jovem contemporâneo, por vezes dificulta que a mensagem da obra chegue em sua totalidade para o leitor.

    Somado ao fato de ser uma leitura obrigatória, onde os personagens estão em uma faixa etária completamente diferente daquele que o lê, e as situações vivenciadas na história estão longe de ser equiparáveis à realidade do leitor, faz que com muitos criem um certo receio, e até aversão à esse tipo de atividade, buscando resumos na internet para evitar a leitura.

     

    Mas o que pode ser feito para melhorar a conexão entre os alunos e a histórias?

     

    Bom, o primeiro ponto a ser observado é: está sendo feita a contextualização?

    A contextualização engloba explicar as características do estilo da obra, o período que ela foi escrita, fazer um recorte dessa sociedade, como também dizer o que era valorizado nas artes naquele momento.

    O segundo ponto que pode facilitar a conexão da obra com o aluno é uma ponte: como a obra poderia ser vista nos dias de hoje, dentro da realidade do aluno? Explore os conflitos da história, se ela tem conflitos familiares ou conflitos internos do ser humano. Gerará muito mais identificação a partir do momento que o leitor reconhecer os pontos em comum com a obra.

    Outro ponto interessante é explicar que, a cada vez que a obra for lida, conforme o aluno for amadurecendo, ele terá visões diferentes baseados na própria experiência. Um exemplo disso é que, apenas que teve um término de relacionamento ou um amor platônico, conseguiria compreender as poesias ultra românticas do Romantismo Brasileiro.

    Já a literatura contemporânea, incluindo livros infantojuvenis, fantasias, romances, certamente estão no gosto dos alunos, porém os professores têm um certo receio de acrescentar esse tipo de narrativa em sala de aula.

    A literatura de ficção, por vezes é chamada equivocadamente de rasa, consequência da desconexão dos professores nos temas relacionados ao infantojuvenil por já terem passado por aquela fase e aqueles problemas, que aos olhos deles podem parecer bobos e passageiros.Da mesma forma que não há identificação da maioria dos alunos com a literatura clássica.

    Porém todo mundo sabe que na adolescência um vento é uma tempestade, devido aos hormônios, não é? E os problemas que os alunos passam, naquele momento, são parte do mundo deles, e doem de verdade. Então é muito mais provável que o aluno se conecte aos problemas do Harry Potter (abandono familiar, bullying) do que com Brás Cubas (um morto que conta suas memórias).

    A literatura contemporânea abre espaço para discussões bem atuais, de problemas que os adolescentes estão passando, e é uma brecha ótima para trabalhá-los em sala de aula.

    Ou seja, quando bem trabalhadas, tanto a literatura contemporânea quanto a Clássica, podem gerar debates, reflexões muito importantes ao jovem leitor.

    E você, leitor? Já havia parado para analisar esses pontos sobre a Literatura Clássica e contemporânea?

    Qual sua favorita?

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