Você já percebeu como os ambientes organizacionais e seus gestores contribuem para que a saúde dos colaboradores seja boa ou ruim? Principalmente depois do período crucial que vivemos nos últimos anos: a pandemia.
Sempre falamos dela, mas a verdade é que a pandemia mudou o mundo e trouxe para nós uma realidade que tivemos que enfrentar. Ela mudou a realidade das empresas, dos líderes e dos profissionais, de nós enquanto seres humanos. A pandemia trouxe inúmeras perdas para nós, desde perdas de entes queridos, até mesmo perdas de capacidade cognitiva, de qualidade de vida e de habilidades de execução.
Durante esse processo foi necessário aprender novas coisas e a se adaptar à nova realidade, entender que as coisas são exatamente como elas são. Nesse período também observamos muitos colaboradores adoecendo, resultado esse que perdura até os dias atuais: infelizmente, vemos muitas pessoas adoecendo no mercado de trabalho, principalmente psicologicamente, com uma saúde mental frágil, não conseguindo entregar resultados e nem ser produtivo.
O Líder tem um papel importantíssimo nesse cenário. Ayn Rand, filósofa criadora do construtivismo, racionalismo e objetivismo nos apresenta uma reflexão extremamente necessária: quando olhamos para o mundo do trabalho, precisamos enquanto trabalhadores, entender a realidade de uma maneira objetiva. O mundo real é como é e não como gostaríamos que fosse.
Você deve estar se perguntando “mas como isso tem relação com a saúde mental?”. Quando estamos dentro de um contexto de negócio, precisamos entender que aquela realidade do negócio é como é e que nós precisamos estar alinhados dentro dessa proposta de gestão de negócio e de entrega de resultados para que a saúde mental tenha aderência à realidade e coerência com aquilo que eu vivo.
O papel das empresas e dos líderes, dentro desse contexto de pandemia e pós-pandemia, mudou totalmente! Precisamos entender essa nova realidade objetiva do jeito que ela é.
Com esse movimento de olhar e entender a realidade como ela é, porque o mundo é como é e não como eu gostaria que fosse, as lideranças e os colaboradores foram convocados a entender essa nova realidade de uma maneira mais racional e objetiva. Como empresário, eu tenho vivenciado isso desde o início da pandemia em todas as empresas que eu tenho conhecido, visitado e trabalhado, seja no Brasil ou fora do Brasil.
A realidade de muita mudança, de convocação para que a gente entenda esse momento e o aceite faz com que compreendamos esse paradoxo de saúde emocional. Por que eu digo paradoxo? Porque até então, nós tínhamos uma percepção de saúde emocional dentro das organizações: olhar mais coletivista para as pessoas, um olhar de autopiedade, de fraternidade.
Concordo que precisamos ainda manter esse olhar, no entanto antes desse olhar ser lançado sobre as pessoas nós precisamos compreender que existe toda uma estrutura, existe todo movimento e uma hierarquia que nós temos que primeiro atender. A partir da abordagem da Ayn, a abordagem que eu trabalho, nós precisamos mudar a retórica e consequentemente mudar o comportamento para trabalhar com uma linha de compreensão do Egoísmo Virtuoso.
Como o Egoísmo Virtuoso age nesse momento? Primeiro, ele nos traz um esclarecimento de que somente a partir do momento que eu entendo a realidade como ela é, entendo os desafios da empresa que eu trabalho, as transições que estão acontecendo, a mudança do comportamento do meu consumidor, entendo todas essas questões de vulnerabilidade e fragilidade que vivemos nos últimos anos.
A partir do momento que eu compreendo todo esse cenário de mudança, eu também preciso mudar a maneira de entender e entregar os meus resultados e a maneira de me comportar em relação ao trabalho.
Os líderes, primeiramente, devem entender essa nova realidade e depois levar isso para os seus colaboradores. Deste mundo pós pandemia as empresas que conseguiram sair vivas saíram com desafios de:
- Aumentar/recuperar faturamento lucro;
- De reter e desenvolver pessoas;
- Aumentar posicionamento no mercado;
- Melhorar a experiência com cliente;
- Melhorar os seus processos e entre outros.
As empresas que não mudaram e não se adaptaram à mudança, ou que não realizaram esse movimento, faliram ou quebraram por não enxergar a realidade de maneira real e objetiva. Quem não conseguiu levar a mudança adiante satisfatoriamente caiu em uma realidade de autocomplacência, autoproteção, pessimismo e atitude resistente que desafia toda tentativa de mudança, assim também aconteceu com os colaboradores.
Os resultados desse movimento são claros: pessoas errando no processo, não atingindo resultados, adoecendo, desenvolvendo doenças ocupacionais, síndromes, depressão e estresse ou trabalhando de uma maneira muito negativa dentro da cultura da empresa justamente porque esse colaborador não está com racionalidade acionada e nem acessada.
Pode perceber: onde tem problemas de saúde emocional e mental também tem desordem de entrega do resultado e de alinhamento expectativa de vir trabalhar e respeitar o processo, respeitar as regras. Nesse momento o líder deve agir: pode ser desde um simples feedback ou um Plano de Desenvolvimento Individual, de acompanhamento. O líder precisa oferecer um acompanhamento e se colocar à disposição para conduzir o colaborador de volta ao processo, para que o vínculo de confiança não seja quebrado.
Sendo assim, você, líder, crie um ambiente acolhedor e, ao mesmo tempo, que traga os colaboradores para a realidade, para que eles enfrentem essa realidade de maneira real e objetiva, contando com uma rede de apoio. Esteja mais próximo da sua equipe e você verá a produtividade e a motivação dos seus colaboradores.
Crie um ambiente corporativo com segurança emocional e diálogo, mas sem se esquecer que os resultados devem ser entregues para que nenhuma das partes adoeça.
Imagem: Freepik / Foto criada por @master1305
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