Os fatores de risco para o aumento do número de infarto em jovens têm ligação com sedentarismo, altos níveis de estresse e má alimentação.
Imagem: Freepik / Foto criada por @shayne_ch13
Ao longo da última década, pudemos observar um aumento no número de casos de ataques cardíacos entre os jovens, aqueles com menos de 40 anos de idade. Dados do Ministério da Saúde indicam que entre 2010 e 2019, houve um aumento de 59% no número de internações de indivíduos com até 39 anos por casos de infarto, além de um crescimento de 9% no número de mortes causadas pelo problema.
A aterosclerose, uma inflamação caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias na parede do vaso sanguíneo, é a principal causa desse evento cardíaco. Com o tempo, esse acúmulo pode levar ao entupimento das artérias do coração e a interrupção do fluxo sanguíneo para o órgão, o que pode acarretar em diversas complicações, entre elas, o infarto.
Os fatores de risco para o aumento do número de infarto em jovens tem ligação direta com o estilo de vida que vem sendo comumente adotado pelos indivíduos nessa faixa etária, o qual muitas vezes é marcado pelo sedentarismo, altos níveis de estresse e por uma má alimentação.
O uso de drogas, o tabagismo, uma dieta repleta de ultraprocessados e o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, podem agravar ainda mais os fatores de risco desse quadro, aumentando as chances de doenças cardíacas. Além disso, alguns desses fatores também contribuem para obesidade, uma doença que já atinge 19,8% da população brasileira.
A obesidade provoca complicações decorrentes do acúmulo de gordura, como o aumento das taxas de colesterol, triglicerídeos e da pressão arterial, que podem provocar a aterosclerose e consequentemente, levar ao infarto. A manutenção de um estilo de vida saudável, repleto de bons hábitos, como a adoção de uma dieta com baixo consumo de sal e gordura, a prática regular de atividade física, cuidados com a saúde mental, bem como a realização de exames periódicos, pode reduzir pela metade o risco de infartos e outros problemas de saúde.
Além disso, aqueles cujos pais manifestaram alguma doença cardíaca de forma precoce — antes dos 55 anos para homens e 65 anos para mulheres — precisam iniciar os seus check-ups de rotina por volta dos 20 anos. Através de uma boa consulta com o seu cardiologista e da realização de exames anuais, aliados a um estilo de vida saudável, você poderá fazer com que seu coração continue batendo no compasso certo.
Dr. Marcelo Aguilar Puzzi
Cardiologista e Hemodinamicista
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