Por Vitor Nogami
Em 2010, o Brasil apresentava taxa de 15,3% de população obesa (IMC > 30). Essa taxa subiu para 22,4% em 2021. Os dados são da Vigitel (Ministério da Saúde). Já em Maringá esse percentual é maior, chega a 25,2% de acordo com a ‘Pesquisa Data Maringá – Preferências e Consumo 2021’. São dados preocupantes para a saúde pública, uma vez que o aumento da obesidade está associado a diversas doenças graves como as cardiovasculares, diabetes, hipertensão e outras.
Paralelamente, críticas sobre a idealização do padrão de beleza construída pela mídia têm crescido. De acordo com o artigo ‘O Plus Size sob a Perspectiva Teórica da Construção de Mercados’ publicado por Marcela Bortotti Favero (UniCV) e Francisco Giovanni David Vieira (UEM), a aceitação do próprio corpo (body positive) é um movimento que tem aumentado entre as pessoas. Com isso, a indústria da moda tem modificado sua operação, buscando diversificar seus produtos para atingir todos os tipos de corpos.
Pela perspectiva de mercado é uma demanda reprimida que precisa ser atendida. As empresas (indústria e varejo) que melhor explorarem seus produtos, e principalmente, a comunicação de marketing, poderão se consolidar como referências para este público. Internacionalmente, tem sido cada vez mais comum modelos plus size serem protagonistas de campanhas de grandes empresas.
No Brasil, essa prática não é frequente, cabendo às lojas de boutique (menores) atenderem este segmento de mercado. Em outras palavras, de acordo com Favero e Vieira (2020), podemos considerar que é um mercado ainda em construção e passará por diversas configurações.
Há outro lado desta moeda, quem defende que a aceitação do corpo acima do peso é um risco, pois pode fazer com que as pessoas cuidem menos si. Normalizar a obesidade pode gerar graves problemas de saúde. É aqui que entramos em uma linha muito tênue entre o conceito de beleza e os parâmetros de um corpo saudável. É claro que o padrão de beleza estabelecido pela mídia merece crítica, mas o movimento de aceitação do corpo acima do peso merece atenção.
Ao mesmo tempo que é um setor maduro, a cada troca de estação muitas inovações surgem no setor da moda e confecção. É um mercado muito competitivo! Convido vocês a ficarem atentos a três pontos: (1) a taxa de obesidade da população, (2) o movimento de aceitação do corpo acima do peso e (3) o que as empresas vão fazer com essas informações.
Prof. Vitor Koki da Costa Nogami
Departamento de Administração – DAD
Universidade Estadual de Maringá – UEM
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