Se você tem um pet provavelmente já precisou levá-lo ao veterinário quando ele ficou doente, certo? E quando isso aconteceu, o veterinário solicitou alguns exames para ver como seu animal estava e confirmar o diagnóstico. Após isso, com o diagnóstico confirmado, um tratamento foi estabelecido e seu pet curado. Ufa! Essa história é realmente linda.
Nós médicos veterinários somos os profissionais capacitados para cuidar dos animais de estimação mas ainda não desenvolvemos um dom especial: o da bola de cristal. Infelizmente alguns tutores ainda nos solicitam que um tratamento seja realizado e funcione sem ao menos um exame de sangue simples.
Como o título da matéria já diz, os pets não falam e os exames falam por eles. Eles não conseguem nos dizer aonde dói ou o que estão sentindo. Muito é possível ser avaliado no exame físico, é verdade, mas ainda assim, os exames são importantes.
Imagine só, seu cachorrinho está vomitando, um sinal clínico extremamente comum e genérico (pode significar uma gastroenterite, uma doença renal ou até mesmo uma neoplasia maligna) e você o leva ao veterinário. Ao chegar lá ele te comunica que alguns exames serão necessários e você os recusa, diz que não enxerga a necessidade de realizar nenhum tipo de exame porque seu animal está “apenas” vomitando.
Muitas informações são perdidas nesse meio do caminho e o tratamento será apenas sintomático (quando possível), ou seja, iremos tratar os sintomas mas não iremos tratar a causa. E todo sintoma possui uma causa, e é isso que os exames nos auxiliam a encontrar. O que o seu pet tem? Ficaremos sem saber.
Com isso, a chance do seu animal ser curado é baixa, o gasto financeiro poderá ficar muito alto principalmente se o seu pet piorar ou precisar de um atendimento de urgência. Além disso, é muito comum precisarmos ficar testando medicamentos quando não sabemos o que estamos tratando. E vamos gastando mais dinheiro…
A moral da história é: o diagnóstico é um grande quebra-cabeça que precisa ser montado pelo médico veterinário. Para montarmos um quebra-cabeça começamos pelas peças da borda, depois as peças da cor amarela, depois azul, e assim por diante, até formarmos a imagem da caixa. Mas se colocarmos uma peça no lugar errado ou se uma peça faltar, não conseguiremos montar o quebra-cabeça como deveríamos.
Nesse caso, é a vida do seu animal que está em jogo e cada vida é preciosa e merece ser cuidada com atenção e profissionalismo. Deixe que os exames ajudem o seu pet a comunicar o que é necessário e confie no seu veterinário para decidir pelo melhor tratamento.
Ana Paula Bolfer Valencio – Médica Veterinária
Laboratório São Camilo Veterinária
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