Para não perder R$ 400 mi, Prefeitura monta ‘força-tarefa’ para elaborar projetos do novo Contorno Sul de Maringá

Município conta com a promessa do Governo do Estado de viabilizar os recursos para a obra, aguardada há anos. Em entrevista ao Maringá Post, o prefeito Silvio Barros (PP) falou da complexidade do projeto e admitiu que a cidade “desviou a atenção” de outras demandas para concentrar forças na elaboração do edital do Contorno, que precisa ser licitado até junho de 2026.

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    A Prefeitura de Maringá montou uma ‘força-tarefa’ para tirar do papel a sonhada revitalização do Contorno Sul. Com a promessa do Governo do Paraná se investir até R$ 400 milhões no projeto, o município agora corre contra o tempo para não ‘perder’ os recursos. Em entrevista ao Maringá Post, o prefeito Silvio Barros (PP) falou sobre o tema.

    O objetivo é que a obra contemple 12km de duplicações em concreto, cujos projetos já foram doados pela sociedade civil organizada. O município, no entanto, também tem o desejo de acrescentar ao projeto outros sete viadutos, além de corrigir a ligação entre Maringá e Sarandi, pela BR-376, e também o acesso para Campo Mourão, pela PR-317, dois pontos que geram congestionamentos diários em horários de pico.

    De acordo com Silvio, a complexidade da obra e a falta de expertise demandou que o município concentrasse forças na elaboração dos editais. Com isso, ele admitiu que “desviou a atenção” de outras demandas, como por exemplo a reformulação da estrutura de atenção básica em Saúde.

    “Nós, felizmente, tivemos algumas dificuldades, já que é um problema, mas é um bom problema. Por exemplo, a promessa do governo do Estado de financiar para nós o Contorno Sul gerou uma demanda muito grande, porque é uma obra complexa, são vários viadutos, é uma obra de duplicação de uma via de 12km dentro da cidade, que não pode parar enquanto essa obra estiver andando. Nós estamos falando que ficou embutido nessa obra o viaduto de acesso Maringá-Sarandi, que é a entrada do Contorno Sul e a solução daquele congestionamento ficou por conta da obra. Então nós vamos resolver três problemas numa obra só. Porém, o Governo do Estado vai repassar o dinheiro para a Prefeitura, e nós temos que licitar essa obra. Nós estamos falando de licitar uma obra com sete viadutos, é muito complexo, e numa estrutura de engenharia que nós não temos expertise para isso”, descreveu o prefeito.

    Sobre os prazos, o chefe do Executivo chamou a atenção para a necessidade da obra estar licitada até junho de 2026, em razão do ano eleitoral. Por isso, os esforços da Prefeitura estão concentrados em dar vazão ao projeto do Contorno.

    “Então, embora eu queira fazer uma série de licitações de outras obras agora, eu não tenho como deixar de priorizar uma obra de R$ 400 milhões que vai mudar a cidade de Maringá e cujo recurso não é o nosso. Então, eu não posso dizer para o governador esperar um pouquinho enquanto eu faço uma UPA, por exemplo. Não tem como fazer isso. A gente desviou a atenção de algumas coisas que estavam previstas para outras que surgiram, por isso que é um problema, mas é um bom problema de se ter, porque a gente está ganhando um diferencial”, disse.

    “Nós estamos com uma força-tarefa dedicada a isso. Semana passada eu fui à Curitiba tratar desse assunto com o Governo do Estado. O Governo tem pressa, pois termina o ano que vem, então, é este governador, Ratinho Júnior, que assumiu o compromisso, nós não sabemos se o próximo governador vai assumir o compromisso, então nós não podemos correr o risco de não ter essa obra licitada e em andamento. Considerando que o ano que vem é o ano eleitoral, o que nós tivermos que fazer e começar a faturar precisa ser feito até junho. Então, nós temos pouco tempo com uma obra desse tamanho”, completou.

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