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Cada maringaense pagará o equivalente a R$ 95, no decorrer de 2025, para manter a tarifa do transporte coletivo em R$ 5,20, valor que passará a valer a partir desta terça-feira (3), conforme anunciado pela Prefeitura de Maringá. O cálculo foi feito pelo Maringá Post e leva em consideração o valor que será pago pelo município, neste ano, em subsídios para a Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC).
Na sexta-feira (30), o município anunciou um reajuste tarifário de R$ 0,40 no valor das passagens de ônibus, que entrará em vigor a partir da 0h desta terça (3). No mesmo material institucional em que anunciou o reajuste, a Prefeitura de Maringá informou que pagará R$ 39 milhões em subsídios a empresa que gerencia o transporte coletivo da cidade no decorrer do ano.
O subsídio é um mecanismo empregado pelo poder público para que o usuário do sistema não pague, integralmente, o valor da chamada ‘tarifa técnica’, que considera todos os custos operacionais que a gestora do transporte tem para manter as linhas funcionando. A tarifa técnica é reajustada pela TCCC, em conjunto com a Prefeitura, anualmente, sempre no fim de maio, período do ano em que ocorre a data-base dos motoristas – custo que também é levado em consideração no cálculo -.
Para 2025, de acordo com o Executivo, a tarifa técnica ficou definida em R$ 7,90. O município, por sua vez, aportará R$ 2,70 por passagem, para que o consumidor final pague apenas R$ 5,20 no deslocamento. Até maio de 2025, a tarifa técnica era de R$ 7,05 e a passagem custava R$ 4,80, levando o município a aportar R$ 2,25 por passageiro.
Desta forma, se o valor total do subsídio previsto para este ano – R$ 39 milhões – fosse dividido entre todos os 409 mil moradores da cidade, até aqueles que não usam o sistema, o custo dos aportes por maringaense seria de R$ 95, fora o valor da passagem.
De acordo com a Prefeitura de Maringá, a tarifa atualizada segue fórmula paramétrica prevista em contrato, que considera a data-base dos motoristas da empresa responsável pelo transporte coletivo, média de passageiros transportados, aumento nos insumos ligados ao transporte coletivo e no preço do óleo diesel, entre outros.
Ainda conforme o município, com o subsídio, além do valor da redução em relação a tarifa técnica, o município garante as seguintes gratuidades: pessoas com deficiência; idosos acima de 65 anos; pessoa com transtorno mental em tratamento contínuo; população indígena que comercializa artesanato; pessoas com transtorno do espectro autista e acompanhante; crianças e adolescentes portadores de patologias crônicas; e gestantes.
Para este ano, o valor previsto para subsídios na Lei Orçamentária Anual (LOA), aprovada em 2024, era de R$ 15 milhões. Conforme dados do Portal da Transparência, de janeiro a maio deste ano foram pagos R$ 8,7 milhões ao transporte coletivo.
Desde 2022, a Prefeitura de Maringá já pagou mais de R$ 100 milhões em subsídios das tarifas de ônibus, de acordo com dados fornecidos pelo município e também disponibilizados no Portal da Transparência. Em números detalhados, foram R$ 35 milhões pagos em 2022, R$ 40 milhões em 2023 e R$ 30 milhões em 2024.
Mesmo com os mais de R$ 100 milhões pagos em subsídios da tarifa, a estratégia não tem servido para angariar novos passageiros. No decorrer de 2024, cerca de 22,9 milhões de pessoas utilizaram o transporte coletivo em Maringá, de acordo com a Semob. O número é relativo a quantidade de vezes que as catracas dos ônibus foram giradas.
Na média, é como se 64 mil pessoas utilizassem os ônibus diariamente. O número é praticamente o mesmo registrado em 2022 e 2023, quando a média diária também se manteve em 64 mil usuários por dia. Nos cálculos da Prefeitura, o sistema precisaria de, ao menos, 100 mil usuários diários para ser sustentável. Antes da pandemia, pouco mais de 140 mil pessoas utilizavam ônibus em Maringá por dia.
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