Tempo estimado de leitura: 4 minutos
As instituições de ensino superior privadas sediadas em Maringá tem mais de 25 mil alunos matriculados em cursos EAD. O número foi coletado do Censo da Educação Superior 2023, pesquisa coordenada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e que mapeia indicadores das faculdades de todo o Brasil.
Atualmente, o Censo da Educação Superior de 2024 está em fase de coleta de dados, sendo o de 2023 o com os indicadores mais recentes. Segundo a pesquisa, instituições de Maringá tem 25.320 alunos matriculados na Educação a Distância. Do total, as mulheres são maioria, com 14.439 matrículas contra 10.881 de homens.
Os cursos presenciais, nestas mesmas instituições, somam 28.266 estudantes matriculados, sendo 16.480 mulheres e 11.786 homens.
Nesta semana, o Governo Federal oficializou o novo marco regulatório da Educação a Distância (EAD). A principal mudança no decreto foi a proibição de cursos que sejam ofertados de 100% remota, sejam bacharelados, licenciaturas ou cursos tecnológicos. Segundo o Governo Federal, os cursos de graduação poderão ser ofertados em três formatos:
- Cursos presenciais: com pelo menos 70% da carga horária em atividades presenciais, com a presença física de estudantes e professor nas aulas; atividades em laboratórios físicos; frequência a estágios presenciais;
- Cursos em EaD: oferta majoritária de carga horária a distância, composta por aulas gravadas e atividades em plataformas digitais de ensino. Porém, o decreto impõe o limite mínimo de 10% da carga horária do curso em atividades presenciais; e, no mínimo, 10% em atividades síncronas mediadas.
- Cursos semipresenciais: criado pelo novo decreto, é composto obrigatoriamente por carga horária de 30% de atividades presenciais; e, no mínimo, 20% em atividades síncronas mediadas;
Além disso, o marco regulatório proíbe a oferta a distância dos cursos de Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia. De acordo com o MEC, tratam-se de cursos que necessitam de de realização de atividades práticas, laboratórios presenciais e estágios, tornando a formação nesses casos “incompatível com o formato da educação a distância”.
Em entrevista ao Maringá Post, o vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Noroeste do Paraná (Sinepe-NOPR), José Carlos Barbieri, falou sobre o marco regulatório. Ele destacou que as instituições terão até dois anos para se adaptarem as mudanças previstas.
“Esse decreto dispõe sobre a oferta da educação a distância por instituições de ensino superior, que ofertam a graduação. Ele vai alterar um decreto que foi publicado lá em 2017, ou seja, o último era 2017, então já tinham passado quase oito anos e esta atualização agora veio no sentido de regulamentar algumas coisas e resgatar algumas coisas que não estavam sendo cumpridas. […] Esta adaptação, ou seja, essa mudança, as instituições de ensino têm até dois anos para elas poderem se adaptar. O que é importante destacar é que os alunos que fizeram a matrícula antes do decreto ser publicado poderão continuar com suas atividades da forma que eram antes. Então se segue exatamente o que ele já está fazendo e as instituições durante esses dois anos para ir se adaptando, sendo orientadas pelas portarias que serão assinadas”, disse.
Comentários estão fechados.