Maringá: Vereadores desistem de visitas nas escolas após possível interferência da Secretaria de Educação

Servidores da Secretaria Municipal de Educação (Seduc) teriam conversado com funcionários das escolas que receberiam as visitas nesta segunda-feira (19), antes da chegada dos parlamentares. Município diz que respeita “independência e harmonia” entre os poderes.

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    A Comissão Extraordinária de Educação da Câmara de Maringá desistiu de realizar visitas in loco nas escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), que teriam início nesta segunda-feira (19). O motivo seria uma suposta interferência da Secretaria Municipal de Educação (Seduc).

    Nesta segunda (19), o grupo, composto pelos vereadores Professora Ana Lúcia (PDT), Mário Verri (PT), Akemi Nishimori (PSD), Sidnei Telles (Podemos) e Luiz Neto (Agir) visitaria duas unidades escolares, sendo o CMEI Elizete Aparecida Romagnoli Piveta Assunção e a Escola Municipal Antônio Carlos Velasque. O objetivo da visita era ouvir questionamentos dos funcionários sobre a possível falta de insumos, como papel sulfite, toners de impressora e óleo de cozinha.

    Ao chegarem para a primeira visita, na Escola Antônio Carlos Velasque, no entanto, os parlamentares teriam flagrado servidores da Secretaria Municipal de Educação (Seduc) no local. Duas fontes ouvidas pela reportagem afirmaram que os membros da Seduc teriam conversado com os servidores da escola antes da chegada dos membros da Comissão.

    Os membros da Câmara se questionaram se a presença da Seduc no local não poderia ter influência nas respostas ou intimidar os funcionários caso fossem questionados sobre os problemas relatados nos últimos dias nas unidades. Por este motivo, as visitas foram canceladas. Oficialmente, o legislativo afirma apenas que as visitas serão reagendadas afim de preparar um ‘cheklist’ dos dados que precisam ser levantados.

    Outra fonte ouvida pelo Maringá Post afirma que a divulgação prévia da Câmara sobre as escolas que seriam visitadas, feita na sexta-feira (16) via material institucional, não deveria ter ocorrido. Para o reagendamento, é provável que a Comissão trabalhe sem a divulgação prévia, para que a mesma situação não se repita.

    Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Maringá afirmou que respeita a “independência e harmonia entre os poderes” e que as escolas seguem abertas para a visita dos vereadores. Leia a nota do Executivo na íntegra:

    “A Prefeitura de Maringá esclarece que todas as unidades escolares do município estão de portas abertas para receber visitas da Comissão de Educação da Câmara e de todos os vereadores. O município reforça o respeito à independência e à harmonia entre os Poderes, princípios fundamentais da administração pública. A Prefeitura fica à disposição do Legislativo, sempre com foco na melhoria da educação e no interesse da população”.

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