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Na semana em que se comemora o Dia Internacional de Museus, celebrado em 18 de maio, o Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), recebe de presente a notícia de que está entre os dez museus mais visitados do país. O levantamento é promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e realizado anualmente.
Além do MUDI, o câmpus sede da UEM, em Maringá, possui o Museu da Bacia do Paraná e o Museu de Geologia, espaços permanentes de ensino, pesquisa e extensão e com uma gestão que prioriza a popularização da ciência.
Segundo o reitor Lenadro Vanalli, “é um privilégio para a UEM possuir três museus, isso demonstra o compromisso da instituição com a preservação da memória, a disseminação do conhecimento e a sua conexão com a sociedade. Os museus são grandes atrativos turísticos, e um dos principais atores que atuam na popularização da ciência”.
O projeto de extensão que veio a se tornar o MUDI foi criado em 1985. No início, ganhou o nome de Centro Interdisciplinar de Ciências (CIC). O objetivo era promover a integração da universidade com a sociedade, por meio de atividades com alunos e professores do ensino Fundamental e Médio. Em 2005, o CIC foi transformado no Programa Museu Dinâmico Interdisciplinar, com a mesma missão: popularizar a ciência. Hoje, ele integra a Rede de Museus Paraná Faz Ciência, coordenada pelo Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação – NAPI Paraná Faz Ciência (PRFC).
UEM
O Museu da Bacia do Paraná da UEM foi Inaugurado em 1984 e é composto por aproximadamente 3,5 mil peças. O acervo foi doado, em sua maioria, pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, responsável pela colonização na região.
O público que visita o espaço vê fotografias, publicações diversas, fragmentos vegetais e animais, aparelhos e equipamentos topográficos, documentos e utensílios indígenas, entre outros objetos. Com o objetivo principal de promover o desenvolvimento de pesquisas científicas, a área de abrangência de seu acervo é da Bacia Hidrográfica do Rio Paraná, que dá origem a sua denominação.
Uma curiosidade é que a sede do Museu da Bacia do Paraná é uma casa de madeira construída em 1946, com cerca de 250 m², que foi desmontada de sua localização original e remontada no campus sede da UEM.
Já o Museu de Geologia, foi instituído recentemente, no dia 30 de maio de 2016. Apresenta uma ampla coleção de minerais, rochas e amostras paleontológicas de grande valor científico. O acervo do museu teve seu início com as numerosas amostras fósseis trazidas à Universidade pelo professor Sérgio Luiz Thomas. Ele as adquiriu no tempo em que trabalhou no Laboratório de Micropaleontologia da Petrobrás. Mas há também amostras cedidas pelas embaixadas do Canadá, da Espanha, do México, do Marrocos e do Chile, e doações individuais.
Segundo o coordenador do Museu e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UEM, Edison Fortes, o Museu é o espaço em que a cultura material é organizada e apresentada com a finalidade de ser interpretada, de forma ativa ou passiva, aos pesquisadores, estudantes e ao público em geral.
Fortes destaca que, enquanto espaço de diálogo, a instituição possibilita construir novas propostas educativas, no qual os conteúdos ministrados em sala de aula podem ser materializados, a partir da observação crítica das coleções, em etapas previamente planejadas pelo professor e pelo gestor do Museu.
“Diante disso, o Museu de Geologia da UEM tem como princípio contribuir para o aperfeiçoamento de novas práticas de ensino, estimulando o debate crítico sobre o patrimônio natural, a educação ambiental e a evolução da Terra e da Vida no nosso planeta, por meio de visitas guiadas disponibilizadas para as escolas da rede municipal e estadual”, descreve Edison Fortes.
Orgulho e reconhecimento
Quem também comemora o sucesso do trabalho é o coordenador do MUDI, o professor Celso Ivam Conegero. “Estar entre os 10 museus brasileiros mais visitados do país nos orgulha muito e serve de incentivo para que a gente possa continuar e melhorar o trabalho desenvolvido por todos os que fazem do MUDI o que é ele é hoje”, resume o gestor.
O Museu já é o maior museu de ciências do Sul do país. Ao responder, junto com outros 893 espaços museais, a um formulário de visitação, em 2023, foi classificado na lista dos Top 10. Foram mais de 27 mil visitantes no ano da pesquisa. Como visitantes considera-se estudantes de escolas públicas e particulares, professores e pesquisadores e visitas espontâneas da comunidade de todas as faixas de idade.

“Com o apoio desta gestão da UEM, com o reitor Leandro Vanalli, e da AMUDI, Associação dos Amigos do MUDI, além de um espaço de visitação, temos mais de 30 projetos vinculados ao Museu, que mostram a potência da nossa universidade na produção de ciência no Paraná”, completa Conegero.
V Encontro Nacional de Museus
E há muito ainda por vir em termos de reconhecimento. Em parceria com o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Paraná Faz Ciência e de diversas instituições, o MUDI será sede de 12 a 14 de agosto do V Encontro Nacional da Associação de Centros e Museus de Ciências, realizado anualmente pela Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências (ABCMC). É a primeira vez que o evento acontece numa cidade do interior do Brasil.
Este ano, o tema central do V Encontro Nacional será “O papel dos Centros e Museus de Ciências na consolidação da interiorização da divulgação e popularização científica” e traz oportunidade de reflexões, debates e ações inovadoras no campo da popularização da ciência em sua interface com os museus de ciências.

As inscrições para submeter trabalhos vão até 2 de junho de 2025. Serão aceitos trabalhos em duas modalidades: Resumos Simples, destinados à apresentação na forma de banners, e Resumos Expandidos, para apresentação oral. Segundo o cronograma, a divulgação dos aceites está prevista para acontecer até 30 de junho de 2025. Outros detalhes podem ser conferidos no site da ABCMC.
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