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Com a finalização do leilão dos lotes 3 e 6 das rodovias do Paraná, mais 16 praças de pedágio já existentes estarão autorizadas a retomarem as cobranças a partir do mês de maio. É o que está previstos nos contratos de concessão assinados entre o Estado e os grupos Motiva e EPR, que administrarão os lotes 3 e 6, respectivamente.
O leilão das rodovias foi realizado em Brasília no dia 11 de abril, com concessão válida por 30 anos. De acordo com o Governo do Paraná, o prazo de concessão começará a contar a partir da Data da Assunção, caracterizada pela assinatura do Termo de Arrolamento e Transferência de Bens, o que está previsto para acontecer em até 30 dias. A partir deste momento, o sistema rodoviário e os bens serão transferidos às concessionárias mediante a assinatura do Termo de Arrolamento e Transferência de Bens entre as concessionárias, o DER, o DNIT e a ANTT.
De acordo com a ANTT, ainda não é possível precisar uma data de início das cobranças, nem o valor das tarifas a serem praticadas. Todo o processo deverá contar com divulgação prévia por parte das concessionárias.
Com cerca de 570 quilômetros de extensão, o Lote 3 será gerido pelo Grupo Motiva (antiga CCR S.A), que venceu o leilão ao apresentar um desconto de 26,6% em relação à tarifa de referência. Ele integra o chamado Corredor Norte, que conecta o interior do Paraná ao Porto de Paranaguá, além de integrar o Estado com Santa Catarina e São Paulo.
O lote 3 prevê melhorias nas praças de pedágio já existentes em Imbaú, Tibagi, Ortigueira e Sertaneja, além da construção de novas praças em Londrina e Mauá da Serra. Estão previstos 132 quilômetros de duplicações e 24,6 quilômetros de faixas adicionais. Entre as novidades, estão o Contorno de Apucarana, no Vale do Ivaí, ligando a BR-369 à BR-376 e com 13,8 quilômetros de extensão. A região também será contemplada com o Contorno de Califórnia, com pouco mais de cinco quilômetros, ligando dois trechos da BR-376.
Já o lote 6, também já arrematado, é o maior projeto rodoviário do pacote de concessões rodoviárias paranaense. Ele receberá R$ 20,2 bilhões para obras ao de duplicações em 70% dos trechos das rodovias, além de faixas adicionais, vias marginais e contornos ao longo de 662,1 quilômetros. Do valor total, R$ 12,9 bilhões serão destinados para grandes obras (Capex) e R$ 7,3 bilhões em manutenção (Opex).
Com a sua contratação, todo o eixo da BR-277, que liga a região Oeste, nas fronteiras com o Paraguai e Argentina, ao Porto de Paranaguá passa a estar sob concessão. Isso porque os dois primeiros lotes que já foram concedidos contemplam os outros trechos da rodovia, na região Central, Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e Litoral. Além disso, ele coloca o Sudoeste no mapa das concessões paranaenses.
E como fica Maringá?
Estradas que cortam a região de Maringá fazem parte do lote 4 do pacote de concessão das rodovias e a expectativa é de que fiquem mais alguns meses livres de cobrança de tarifas. A conclusão das concessões deverá acontecer ainda em 2026 com os lotes 4 e 5 previstos para serem leiloados em setembro, em evento público na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. Os dois últimos trechos somam 1.058 quilômetros de rodovias nas regiões Oeste, Centro-oeste, Noroeste e Norte Pioneiro do Estado.
Pelo projeto original, o lote 4 das rodovias contempla as praças de pedágio de Presidente Castelo Branco, Mandaguari e Jataizinho, que seguirão ativas, além da possibilidade de construção de outras cinco praças em Guairaçá, Jussara, Cianorte, Umuarama e Francisco Alves.
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