Tempo estimado de leitura: 3 minutos
Estudioso da história de Maringá há várias décadas, o maringaense radicado em São Paulo, José Carlos Cecílio – ou JC Cecílio para os mais próximos -, ajudou nesta semana a preservar parte da história da Cidade Canção, que poderia ter sido perdida durante as obras do Eixo Monumental.
Coube a ele alertar a Prefeitura sobre a existência de uma gravação, em um bloco na calçada do antigo Hotel Bandeirantes, que celebrava a virada de ano de 1954 para 1955. A gravação, feita a quase 70 anos, havia passado despercebida durante a intervenção do Eixo na praça Renato Celidônio onde o Hotel, preservado como patrimônio histórico, está instalado.
A história foi revelada em primeira mão pelo jornalista Ângelo Rigon, do Maringá News. Em entrevista ao Maringá Post, Cecílio afirmou que já tinha conhecimento da existência desta placa há alguns anos, mas que se resolveu ir atrás do assunto novamente quando viu fotos da calçada nos arredores do Hotel sendo quebrada para o andamento das obras.
“Eu conheço aquilo lá há uns 20 anos. Eu tenho amigos que estão anos atrás e já sabiam daquilo. A gente até tentou divulgar, mas o pessoal não corre atrás. Quando começou a construção do Eixo Monumental eu já fiquei de olho, comecei a monitorar. Mês a mês, tinha esse risco de ser quebrado (o registro). Quando vi uma foto de uma das laterais do hotel com a calçada toda quebrada, eu corri atrás do Tunes (secretário de Obras) para falar sobre esse bloco”, afirmou.
Ainda conforme o historiador, foram horas correndo atrás para impedir que o registro fosse destruído. “O pessoal já estava com a picareta na mão. Se demorasse mais meia hora, já estaria quebrado. Foi um milagre”, resumiu.
Por enquanto, o pedaço do pavimento com o registro histórico segue no mesmo lugar. De acordo com o secretário de Cultura de Maringá, Tiago Valenciano, há o interesse da Prefeitura em remover o bloco do local e preservá-lo em um espaço mais apropriado. A decisão, no entanto, caberá ao secretário de Obras.
“É uma peça histórica, uma peça que conta essa história da cidade de Maringá, então nos propusemos a fazer a retirada e a gente se organizar para colocar num local mais oportuno, seja num local que esteja livre de vandalismo, que possa ser preservado, porque se durou esse tempo todo ali, a gente imagina que dá para durar mais tempo também em outro local”, disse.
Comentários estão fechados.