Maringá: Enfermeiros protestam contra fechamento da Pediatria do Hospital Municipal e mudanças na escala de trabalho

Na manhã desta quinta-feira (13), um grupo de enfermeiros esteve na Câmara Municipal, pedindo o apoio de vereadores nas reivindicações. De acordo com a categoria, município quer alterar a escala de trabalho da atual 12×60 para 12×36.

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    Enfermeiros estiveram na Câmara de Maringá na manhã desta quinta-feira (13) para protestar contra mudanças anunciadas recentemente pela Prefeitura no setor da Saúde. A categoria pediu apoio dos vereadores para buscar reverter o fechamento da ala de Pediatria do Hospital Municipal, além de mudanças na escala de trabalho dos Enfermeiros e Técnicos em Enfermagem.

    O fechamento da ala pediátrica do Hospital foi confirmado pela Prefeitura nessa quarta-feira (12). De acordo com o município, os atendimentos serão remanejados para o Hospital da Criança e pelo Pronto Atendimento da Criança (PAC). Em entrevista ao Maringá Post, a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá (Sismmar), Iraídes Baptistoni, órgão que representa a categoria, explicou que a mudança afeta não só os profissionais, mas compromete o próprio atendimento das crianças.

    “Nós não aceitamos o fechamento da ala pediátrica, porque tem dimensionamento. Nem todas as crianças que são atendidas no hospital estão sendo atendidas adequadamente”, disse.

    Mudança na escala de trabalho

    Atualmente, os Enfermeiros e Técnicos em Enfermagem de Maringá trabalham em uma escala de 12×60 (12 horas trabalhadas e 60 horas de descanso). Durante a campanha eleitoral de 2024, o Sismmar reivindicou que a escala fosse regulamentada por lei. Nesta semana, a Secretaria de Saúde anunciou aos servidores a intenção de alterar a escala para 12×36 (12 horas de trabalho por 36 de descanso).

    A mudança não agradou os servidores. O técnico em enfermagem do Hospital Municipal, Renato Lopes, afirma que a alteração afeta profissionais que trabalham em outros locais em paralelo com o serviço público.

    “Essa escala que a gente cumpre já há oito anos através de uma portaria, que é uma escala de 12 por 60, ela é uma escala que nos ajuda a ter uma qualidade de vida melhor. Houve uma reunião na Secretaria de Saúde essa semana, na qual foi decidido que implementariam a escala 12 por 36. Essa reunião quer impor para a gente de uma forma abrupta essa escala, o que ocasionaria uma mudança muito ruim na vida dos técnicos e profissionais de enfermagem do município. Não houve nenhum tipo de consulta, não houve uma negociação, não sentaram conosco para debater sobre essa escala. Eles estão querendo impor de uma forma abrupta, e a gente quer que seja cumprida a promessa de campanha do prefeito Silvio Barros, que é 30 horas para a enfermagem”, disse.

    A presidente do Sindicato também se manifestou contrária a mudança. “O prefeito Silvio Barros, na campanha, prometeu para os trabalhadores que faria as 30 horas da Saúde, por isso que nós estamos aqui, para cobrar do Legislativo que se cumpra essas 30 horas. Atualmente, o Hospital Municipal e as duas UPAs fazem 12 por 60, que automaticamente dá 30 horas trabalhadas. Então, isso que nós queremos reivindicar, que ele efetive essas 30 horas, que a administração faça uma lei regulamentando essas 30 horas Hoje, o que o município quer, ele quer botar uma escala de 12 para 36. Os trabalhadores, têm a vida própria, têm outros trabalhos, trabalham em dois, três lugares para suprir porque os salários são muito baixos. Então, eles precisam garantir a sobrevivência”, declarou Iraídes.

    O Maringá Post entrou em contato com a Prefeitura de Maringá para comentar o assunto e aguarda um retorno.

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