Prefeitura de Maringá inicia busca ativa de beneficiários do Bolsa Família para oferecer empregos

Primeira etapa do projeto, já em andamento, consiste no mapeamento de beneficiários que vivem sozinhos, mas têm idade para trabalhar. Município identificou 2.700 pessoas que se encaixam neste perfil. De acordo com o prefeito Silvio Barros, Prefeitura está disposta a oferecer qualificação profissional para essas pessoas.

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    Maringá tem, atualmente, 32.689 pessoas beneficiárias do Bolsa Família, o programa de transferência de renda do Governo Federal. Cada um desses beneficiários recebe, em média, R$ 664,76 por mês, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, consultados pelo Maringá Post nesta quinta-feira (6).

    O valor médio do benefício corresponde a pouco mais de 1/3 do atual salário mínimo. E pensando em ajudar essas pessoas, a Prefeitura de Maringá já iniciou um projeto para levar até os beneficiários do Bolsa Família na cidade oportunidades de emprego. A primeira etapa do projeto já está em andamento: um mapeamento de beneficiários unifamiliares, aqueles que vivem sem dependentes e têm idade para trabalhar.

    De acordo com o prefeito Silvio Barros (Progressistas), ao menos 2.700 pessoas que se enquadram nesses critérios foram mapeadas na cidade, em um levantamento prévio feito pelo próprio município.

    “Nós temos sido procurados por empresas de Maringá que estão precisando de gente para trabalhar e não conseguem encontrar no mercado. Desde empresas como a Cocamar, por exemplo, até construtoras, lojas, escritórios, empresas de tecnologia, restaurantes que não estão conseguindo mão de obra. Recentemente nós tivemos uma reunião com a coordenação sindical de 13 sindicatos laborais e, pela primeira vez sindicatos laborais vêm conversar com a Prefeitura sobre uma proposta de buscar pessoas para trabalhar. Eles sempre procuram a Prefeitura para gerar emprego, dessa vez é o contrário, emprego tem, não tem agente para trabalhar”, destacou o chefe do Executivo.

    Segundo Barros, a proposta foi inspirada em uma iniciativa já existente na cidade de Bento Gonçalves-RS. Conforme o prefeito de Maringá, o mapeamento prévio também visa identificar se as pessoas que estão no cadastro do Governo demandam de qualificação profissional, algo que o município está disposto a ajudar.

    “A proposta desenvolvida lá na região de Bento Gonçalves, de uma busca ativa de pessoas que recebem benefícios do Bolsa Família ou outros benefícios e que são unifamiliares, ou seja, é só uma pessoa, não tem pai, nem mãe, nem filho, nem esposa e que estão numa idade que permitiria que eles pudessem estar trabalhando, a ideia é identificar por que essas pessoas estão recebendo esse benefício. Porque, de repente, a gente pode ajudar a resolver dois problemas. Primeiro, termos mão de obra para trabalhar e, segundo, se a pessoa está recebendo benefício porque está numa fila de espera com atendimento médico e isso não acontece há anos, a gente poder agilizar esse processo. Se a pessoa está com alguma necessidade de qualificação e não está conseguindo emprego, a gente poder ajudar também nesse sentido”, explicou.

    Ainda de acordo com Silvio Barros, a Prefeitura acredita que o número de beneficiários que podem trabalhar seja ainda maior do que os 2.700 pré-mapeados. “Com certeza absoluta (o número pode ser maior). O primeiro passo é trabalhar com quem está no Cadastro Único e que é unifamiliar. O segundo passo é a gente identificar casais jovens sem filhos que poderiam estar trabalhando. O terceiro passo é identificar em famílias pessoas que estão na idade de procurar um trabalho e que a gente pudesse auxiliar. De repente, tem jovens que podem entrar no programa de aprendiz e já vai ter alguma receita para ajudar na família e as empresas vão poder também receber essas pessoas e capacitá-las, prepará-las para o mercado”, finalizou.

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