Um abaixo-assinado pedindo por mais vagas de período integral nas escolas da rede de ensino municipal foi organizado por mães de alunos que estão saindo da Educação Infantil e ingressando no Ensino Fundamental em 2025. O motivo é que, enquanto quase 100% dos CMEIs de Maringá oferecem vagas para que as crianças passem o dia inteiro na escola, o mesmo não acontece a partir da primeira série do Fundamental.
A situação cria um desafio para os pais, especialmente aqueles que trabalham e agora enfrentam a necessidade de arcar com novos custos para cuidar das crianças fora do horário escolar. A fotógrafa Isa Angioletto, cuja filha ingressará no primeiro ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal Silvino Fernandes Dias no próximo ano, ressalta: “Se as crianças estão no CMEI em período integral e estão indo para o Ensino Fundamental, que diz ter ensino integral também, elas deveriam ter as vagas garantidas”.
Ela acrescenta que, na escola em questão, existem nove salas de aula em funcionamento no período matutino e oito no vespertino, com ensino integral. Para 2025, a sala de informática será destinada a uma turma de 1º ano pela manhã, enquanto à tarde será ocupada por aulas de robótica. A outra sala, que também receberá uma turma de 1º ano no turno da manhã, será usada para atividades de reforço escolar à tarde. “Esse planejamento deveria ter sido feito com antecedência. Se as crianças estão nos CMEIs em período integral e vão ingressar no Ensino Fundamental, que afirma oferecer essa modalidade, as vagas deveriam ser asseguradas”, ressalta.
A corretora de imóveis Débora Santos, responsável por iniciar o abaixo-assinado, também comentou a situação. Após receber a carta de transferência do CMEI, ela procurou a escola de referência indicada e, na semana passada, foi informada pela diretora que, por falta de salas de aula, o ensino integral não seria oferecido para as turmas do primeiro ano. “A escola teve que abrir mão de uma das salas de aula para poder colocar a cozinha, porque a cozinha foi interditada”, relata Débora. A filha mais velha dela está matriculada no quarto ano da escola Miriam Leila Palandri em período integral, e o filho do meio também estava previsto para estudar na mesma instituição.
Débora buscou esclarecimentos junto à Secretaria de Educação e foi orientada a acessar o site da prefeitura e ligar para as escolas que oferecem o período integral, verificando individualmente a disponibilidade de vagas para o primeiro ano. Algumas dessas escolas não abrirão turmas de período integral no próximo ano. Ela conta que entrou em contato com duas escolas próximas de sua residência, onde foi informada pelas diretoras que, devido à alta procura, seria necessário que os pais chegassem muito cedo para tentar garantir uma vaga. “Não nos foi informado em momento nenhum, no decorrer do ano, nós teríamos essa questão. Fomos pegos totalmente de surpresa e agora precisamos aguardar até o dia 25 para entrar em uma lista de espera e tentar garantir uma vaga integral. Muitos pais não estão sabendo ainda e só vão saber na hora da matrícula, como foi meu caso. Se for para pagar alguém para ficar com o filho meio período, ou a pessoa come, ou ela paga. Estamos em um beco sem saída”, desabafa.
Procurada pelo Portal GMC, a secretária de Educação Nayara Caruzzo explicou que o município não tem condições de oferecer ensino integral para todos os alunos, mas destacou que as vagas não diminuíram; ao contrário, houve um aumento de oito vagas para 2025. “Nós temos, em 2024, 18.177 alunos no ensino regular e destes, 7.042 crianças são atendidas na jornada ampliada. Para 2025 teremos um acréscimo de 1331 crianças ingressando no ensino regular e aumentamos um pouquinho a AJE (Ampliação da Jornada Escolar) para 7.050 vagas. Não houve diminuição”. A secretária também enfatizou que a expansão das vagas em período integral para o primeiro ano do Ensino Fundamental será mais expressiva. “Esse ano tivemos 1330 vagas, para o ano que vem estão previstas 1425 para o primeiro ano, podendo aumentar de acordo com as inaugurações que ainda estão previstas de três novas escolas”.
O abaixo-assinado pode ser acessado pelo link.
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