Alerta aos pais: Afogamento é a principal causa de morte entre crianças de 1 a 4 anos no Brasil

Quatro crianças morrem afogadas todos os dias, sendo essa a principal causa de morte entre um e quatro anos de idade.

  • Foto: Corpo de Bombeiros/Arquivo

     Com a chegada da estação mais quente do ano, o número de casos de afogamentos de crianças tende a crescer no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), o verão, que vai de dezembro a março, concentra 45% das ocorrências no país. Quatro crianças morrem afogadas todos os dias, sendo essa a principal causa de morte entre um e quatro anos de idade.

    A coordenadora médica da linha pediátrica do Hospital São Luiz Osasco, Fabíola La Torre, explica que as crianças dessa faixa etária têm a cabeça mais pesada que o corpo e não conseguem se levantar ou reagir em situações de risco. “Elas podem se afogar em recipientes com apenas 2,5 cm de água, se caírem ou se desequilibrarem”, alerta.

    A maioria dos afogamentos de crianças menores de nove anos acontece em piscinas e residências. Foi o que ocorreu com Theo Fioravante Lima, de dois anos, que se afogou em outubro deste ano, durante uma festa de confraternização na casa de uma colega da igreja.

    “Eu não deixei ele brincar perto da piscina, mas ele sumiu quando eu estava na cozinha. Demoramos uns dez minutos para encontrá-lo na água, sem respirar e com os lábios roxos”, conta a mãe do menino, Bruna Fioravante Lima.

    Os amigos e familiares fizeram os primeiros socorros, como massagem cardíaca e respiração boca a boca, até a chegada do resgate, que levou Theo em estado grave para o Hospital São Luiz Osasco, na região metropolitana de São Paulo.

    “Ele foi entubado e ficou na UTI. Foi muito difícil, mas ele teve um atendimento rápido e uma equipe multiprofissional. Ele se recuperou e hoje está em casa, sem nenhuma sequela. Foi um milagre”, diz a mãe.

    O afogamento é causado pela asfixia provocada pela entrada de líquido nas vias aéreas, como traqueia e pulmões, que impede a oxigenação do sangue. Além da morte, o afogamento pode causar sequelas neurológicas graves, como perda de coordenação motora, convulsões, tetraplegia e morte cerebral.

    “A criança perde a consciência em dois minutos debaixo d’água, e depois de quatro minutos pode ter danos irreversíveis no cérebro. É rápido e silencioso”, esclarece a coordenadora do São Luiz Osasco.

    O hospital, que faz parte da Rede D’Or, tem a maior e mais completa estrutura hospitalar da cidade e uma linha de cuidado pediátrico de referência, com corpo clínico especializado, equipe multidisciplinar, exames de alta complexidade e UTI pediátrica. “Temos protocolos e processos bem estabelecidos, que proporcionam rapidez e segurança no atendimento de urgências”, afirma La Torre.

    A médica ressalta que afogamentos e outros acidentes domésticos são evitáveis e a prevenção é sempre o melhor caminho. “Essas situações podem acontecer em um breve momento em que a criança encontra-se sem supervisão. Com o verão chegando, o risco aumenta, e, portanto, as dicas de prevenção devem ser fortalecidas”, enfatiza.

    Algumas dicas são:

    – Nunca deixe crianças sozinhas, principalmente dentro ou próximas da água;

    – Use colete salva-vidas, equipamento mais seguro para evitar afogamentos;

    – Ensine as crianças a não correr, empurrar, pular em outras crianças, ou qualquer outra atitude que possa trazer riscos em piscinas, lagos, rios ou mar;

    – Evite deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água;

    – Instale barreiras que controlem o acesso à água, como cercas, portões, cadeados, capas e alarmes.

    – Mantenha vazios, virados para baixo e fora do alcance das crianças qualquer recipiente que possa acumular água, como baldes, bacias, banheiras e piscinas infantis;

    – Deixe portas de banheiros e lavanderias fechadas ou trancadas;

    – Mantenha os ralos e tampas de vasos sanitários fechados.

    Fonte: Bem Paraná

     

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