Um grupo com representantes de Entidades de Classe ligadas ao Conselho de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), de Instituições de Ensino Superior (IES), da sociedade civil, da classe empresarial e estudantes participou de um encontro com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), na Universidade Estadual de Maringá (UEM), sobre o tema smart cities (cidades inteligentes). A reunião ocorreu nesta semana.
Sete pesquisadores da USP, integrantes do Laboratório de Cidades, Tecnologia e Urbanismo ConectCidade, vieram a Maringá para conhecer o bairro Eurogarden, já reconhecido como referência mundial em sustentabilidade e inovação. O bairro está prestes a se tornar o primeiro do mundo a conquistar simultaneamente as certificações LEED e WELL. Com essas certificações, o Eurogarden demonstrará eficiência na diminuição dos impactos socioambientais, promovendo economia, qualidade de vida, saúde e bem-estar.
Na programação do grupo, o encontro na UEM foi uma oportunidade para apresentar o trabalho do ConectiCidade e para trocar experiências com profissionais de Maringá. Esse trabalho tem como foco central o urbanismo e abrange uma ampla gama de temas de pesquisa, englobando questões técnicas, tecnológicas e de planejamento que visam a aprimorar e a supervisionar o funcionamento dos sistemas urbanos. Tais sistemas englobam aspectos como fornecimento de água e energia elétrica, coleta e tratamento de esgoto e resíduos, iluminação pública, acessibilidade, mobilidade, segurança, conectividade à internet, gestão integrada e planejamento urbano.
Segundo os professores e pesquisadores da USP, o Engenheiro Eletrônico Marcelo Schneck de Paula Pessôa e a Engenheira Eletricista Clarice Kobayashi, o grupo pesquisa temas como sustentabilidade urbana, sistemas de IoT – Internet of Things (Internet das Coisas) e as possibilidades e potencialidades de melhoria dos serviços urbanos e suas possíveis aplicações nas cidades brasileiras. O grupo está em envolvido em um projeto que pensa o Brasil para 2040. Alguns dos projetos do grupo podem ser conferidos em: https://www.conecticidade.org.br/single-project.
O Engenheiro Civil, consultor em Governança Colaborativa e Sustentabilidade e ex-prefeito de Maringá, Silvio Barros, destacou projetos realizados em Maringá que aproximaram a academia do mercado. Um exemplo lembrado por ele foi uma iniciativa para apresentar demandas da sociedade para estudantes que precisavam definir temas para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). Um dos trabalhos foi realizado por um estudante do curso de Economia da UEM, que pesquisou sobre abertura estratégica de agências para uma cooperativa de crédito. O trabalho serviu como guia para a cooperativa, resultando na oferta de emprego para o estudante.
Da Câmara de Urbanismo do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), e representando a presidente do Codem, Jeane Nogarolli, Marco Tadeu Barbosa apresentou aos professores, ao lado da diretora do Conselho, Juliana Franco Afonso, e aos demais participantes do evento a atuação da Câmara, que tem como um dos objetivos tornar Maringá mais inovadora.
O professor Igor Botelho Valques, representante da Pós-Graduação em Engenharia Urbana (PEU) da UEM, destacou a importância da troca de informações entre profissionais, pesquisadores e a sociedade civil para futuras experiências. Ele enfatizou que essa interação é crucial para impulsionar o desenvolvimento sustentável e inteligente das cidades. Para Valques, o planejamento inteligente é uma rota única e fundamental e é necessário fortalecer redes por meio de ações como o encontro na UEM, que continua a ser um espaço propício para essas interações, seguindo o exemplo de Maringá.
O geógrafo Conselheiro do Crea-PR, José Roberto Behend, membro da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB-Maringá) e da Associação Profissional dos Geógrafos do Paraná (Aprogeo), ressaltou que quando se fala em cidades inteligentes, um dos principais pontos a serem levados em conta é a qualidade de vida da população. “Os profissionais que estão no dia a dia do planejamento, projeto e execução de ações devem levar em conta aspectos que proporcionem qualidade de vida para a população. E eventos como esse explicitam e estimulam a aproximação entre a academia e os profissionais. Pudemos vislumbrar que as universidades estão trabalhando em algumas pesquisas que são práticas e que o profissional do sistema Confea/Crea pode aplicar no seu trabalho”, observou.
O Engenheiro Mecânico Carlos Alberto Bueno Rego, membro da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Maringá (AEAM), Conselheiro e coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica e Metalúrgica (CEEMM) do Crea-PR, ressalta a importância de aproximar o Crea-PR das universidades, trabalho que já vem sendo realizado. “O Crea e as Entidades de Classe podem fornecer conhecimento e também apresentar demandas. Podemos aprofundar o relacionamento com as universidades para proporcionar o melhor das engenharias e das inovações tecnológicas para a sociedade”, enfatizou.
Foto: UEM
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