No dia 11 de abril é celebrado o Dia da Conscientização Mundial da Doença de Parkinson e nesta matéria especial apontamos algumas pesquisas desenvolvidas na UEM (Universidade Estadual de Maringá) para estudar mais sobre a doença, quais seus impactos, desafios e enfrentamentos da doença de Parkinson.
Segundo a professora aposentada do curso de graduação de Física da UEM, Sonia Stivari, que participa ativamente da Associação Maringaense de Parkinson (AMP), a entidade social tem como função “congregar as pessoas portadoras da doença de Parkinson, criar, manter e desenvolver serviços de assistência aos seus associados, promover a socialização e apoio psicoemocional, oferecer tratamentos gratuitos em grupo. A AMP objetiva ainda promover a conscientização da doença, gerar informações que melhorem a qualidade de vida do parkinsoniano e minimizar a falta de informação ao público em geral a doença precisa ser desmistificada” comentou.
A Associação Maringaense de Parkinson (AMP) tem um papel importante para o município de Maringá por sua ação social de atendimento e inclusão dos portadores de Parkinson. A entidade, que funciona desde a sua fundação em 22 de maio de 2004, não tem sede própria, tendo mudado de local de atuação por diversas vezes. Atualmente realiza suas atividades em um salão do Centro Social Quebec, cedido por tempo determinado, e se mantém com recursos de doações de seus associados.
Por meio de uma pesquisa realizada pelo Departamento de Ciências Morfológicas (DCM) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), desenvolvida pela aluna egressa Andréia Aparecida Medeiros, intitulada “Benefícios do Exercício Físico em Portadores de Doença de Parkinson”, o trabalho relata que, no interior do encéfalo existem massas de substância cinzenta denominados núcleos de base. Suas funções estão ligadas ao controle da força matriz, exercidas por um circuito básico, ligado ao córtex cerebral, sendo modificados a circuitos subsidíarios que se ligam.
A doença de Parkinson (DP) é descrita como uma desordem neurodegenerativa que compromete os neurônios dopaminérgicos, resultando na perda da dopamina pelo corpo influenciando a movimentação corporal. Os principais sintomas são tremores de repouso, rigidez, instabilidade postural e, em alguns casos, também há o comprometimento da ordem cognitiva e afetiva. Logo após, a pesquisadora da UEM, observou que o exercício físico é capaz de amenizar os sintomas da doença, “quando a atividade física praticada com intensidade é capaz de induzir o nível de dopamina, beneficiando os pacientes portadores dessa enfermidade.
Com essa perspectiva, a atuação de um profissional de Educação Física, por meio de um programa de atividade física selecionado, pode contribuir para uma melhora na qualidade de vida em pacientes com DP, na qual a atividade física tem importância adicional visando não só aspectos motores, mas também psicológicos e cognitivos.
Em outro estudo de dissertação, Fabiana Magalhães Navarro Peternella, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PCS), apresentou o “Impacto da Doença de Parkinson no Contexto Familiar e seu reflexo na qualidade de vida de seus portadores”. De acordo com seu estudo, a doença de Parkinson é neurodegerativa e apresenta manifestações motoras, impactando áreas físicas, emocionais, sociais e econômicas do indivíduo e da família.
O trabalho teve como objetivo compreender o impacto o diagnóstico Parkinson e as mudanças no estilo de vida, ao longo do tempo e avaliar a qualidade vida do parkinsoniano. O estudo foi realizado em dois momentos, primeiramente, caracterizando pelo estudo qualitativo, onde foram entrevistados 20 indivíduos, que residem na cidade de Maringá, no período de outubro a dezembro de 2007.
Em um segundo momento foram entrevistados, por meio de visita domiciliar, cadastrados na Associação Maringaense de Parkinson, totalizando 40 participantes. As entrevistas foram embasadas em três instrumentos específicos: questionário sócio-demográfico, escala de Hoehn e Yahr e PDQ-39 (Parkinson’s Disease Quality of Life Questinnaire).
As entrevistas desse estudo foram gravadas e transcritas pela pesquisadora. Entre a análise de dados do impacto da doença de Parkinson, para o indivíduo e a família, observaram-se os temas “Descobrindo-se portador de doença de Parkinson” e “Percalços e sentimentos após o diagnóstico”, os quais revelaram que a falta de conhecimento sobre a doença ainda é muito grande e que a qualidade do primeiro contato com o diagnóstico é crucial na determinação e comportamento dos indivíduos frente a doença.
Nas relações familiares de convivência com a doença, os entrevistados apontaram os seguintes indicativos: “Sentimentos gerados em relação a doença”, “Mudanças no cotidiano da vida do parkisoniano”, “Relacionamento familiar e interação social”, os quais revelaram que a convivência com o Parkinson foi um processo onde a família se mostrou muito participativa em todo o processo.
Entre os entrevistados que, responderam aos questionários de qualidade de vida, a maioria homens (62,5%), com média de idade inferior as mulheres (65,6%). O tempo de evolução da doença foi respectivamente de 8,4 a 3,7 anos. Pelo PDQ-39 (Questionário de Qualidade de Vida sobre a Doença de Parkinson), o sexo masculino apontou pior qualidade de vida, mas não houve diferenças estatísticas sobre os sexos.
Foto: Freepik
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