Atualmente, Londrina tem cerca de 74 mil veículos a mais em circulação do que Maringá, segundo dados do Detran-PR. Mesmo assim, a Cidade Canção superou a Capital do Café no total arrecadado com infrações de trânsito no ano anterior.
Por Victor Ramalho
Maringá arrecadou pouco mais de R$ 34 milhões em infrações de trânsito em 2022. Os dados são do Portal da Transparência e da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob). Ao todo, foram aplicadas 279.459 autos de infração pela cidade no ano anterior, uma média de quase 800 multas por dia.
Os números chamam a atenção quando comparados com cidades de porte semelhante. Londrina, por exemplo, arrecadou no mesmo período R$ 31,1 milhões com multas de trânsito no perímetro urbano, conforme a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) da cidade.
Na Cidade Canção, a arrecadação em multas foi de cerca de R$ 3 milhões a mais do que na Capital do Café. Acontece que Londrina, além de ter uma frota de veículos maior, também tem mais pontos de fiscalização por radar do que Maringá.
Segundo dados do Detran-PR, são 403.135 veículos em circulação em terras londrinenses diariamente, contra 328.684 automóveis circulando por Maringá, uma diferença de 74.451 veículos. Em relação a radares, Londrina também é superior. São 79 radares de velocidade no município vizinho contra 50 na Cidade Canção.
Em entrevista ao Maringá Post, o secretário de Mobilidade Urbana de Maringá, Gilberto Purpur, explica que os atuais números de arrecadação por infrações de trânsito em Maringá são normais, levando em consideração o tamanho da frota. Ele reforça que os recursos arrecadados são revertidos para a população em forma de serviços.
“É importante destacarmos que Maringá tem a terceira maior frota de veículos do Paraná. Dessa forma, é natural que a arrecadação seja alta. Os recursos arrecadados com as multas são aplicados em três frentes: educação para o trânsito, fiscalização e engenharia de tráfego”, disse o secretário.
Número de radares em Maringá pode aumentar
Das quase 280 mil multas aplicadas em Maringá em 2022, 208.750 são resultados da fiscalização eletrônica, sendo 127.668 de radares de avanço de velocidade e 81.082 dos radares de avanço de sinal, segundo dados da Semob. Em Londrina, foram 220.527 notificações feitas por radares e outras 46.853 por agentes de trânsito em 2022.
Ainda de acordo com o secretário de Mobilidade Urbana de Maringá, há a expectativa para que novos radares sejam instalados na cidade nos próximos meses e a cidade passe a contar com cerca de 90 pontos de fiscalização. Confira a entrevista completa abaixo:
Um levantamento feito pela nossa reportagem mostra que Maringá é uma das cidades do Paraná que mais arrecadam com multas de trânsito. Como o dinheiro das multas é aplicado na cidade?
R: É importante destacarmos que Maringá tem a terceira maior frota de veículos do Paraná. Dessa forma, é natural que a arrecadação seja alta. Os recursos arrecadados com as multas são aplicados em três frentes: educação para o trânsito, fiscalização e engenharia de tráfego. Na educação para o trânsito, os recursos são investidos em campanhas de conscientização dos motoristas e em atividades com as crianças, por exemplo. Em relação à fiscalização, refere-se a aquisição de viaturas, equipamentos eletrônicos de fiscalização, uniformes e equipamentos dos agentes, cavaletes, cones, geradores de energia para emergências e outros insumos. Na engenharia de tráfego, para aquisição de semáforos, tintas de demarcação viária, placas, máquinas, caminhões e outros serviços terceirizados de engenharia.
Sabemos que não é a totalidade do recurso das multas que ficam na cidade. Pode explicar como é feita a divisão?
R: Existem taxas de outros órgãos que são descontadas diretamente, quando as multas são pagas. O Funset (Fundo Federal para Educação no Trânsito) fica com 5%; a Celepar com R$ 15,26 por multa; o Detran R$ 8,97 por multa; e os Correios duas vezes R$ 2,35 (se não houver recurso ou indicação de condutor). Além desses descontos, a Semob tem os custos de processamento dos autos e a remuneração das empresas que operam os radares.
Como funciona a questão da instalação dos radares? É o município que determina os locais que eles são instalados ou existe alguma orientação de outros órgãos?
R: A escolha é feita de forma técnica pela Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), levando em consideração, em primeiro lugar, os aspectos técnicos exigidos pela legislação. Em todo ponto de fiscalização é feito um estudo técnico prévio, que depois é publicado. Além disso, são consideradas as estatísticas de acidentes dos locais e os pedidos da comunidade, por meio da Ouvidoria Municipal e da Câmara de Vereadores, para instalação de equipamentos.
Quantos radares estão em funcionamento hoje em Maringá? Há previsão para instalação de novos radares?
R: Atualmente, estamos na fase de transição dos equipamentos de velocidade. Um contrato está em fase de vencimento e outra empresa inicia a instalação. O contrato antigo tinha 50 pontos e o novo contrato passará a ter 90 pontos, aproximadamente. Os equipamentos de avanço de sinal vermelho totalizam 64 pontos. A definição dos locais e da quantidade de faixas fiscalizadas leva em consideração a manutenção dos pontos previamente fiscalizados, trechos considerados críticos com índices de acidentes e locais onde haja vulnerabilidade dos usuários da via. Foram consideradas também características como geometria, volume médio diário e trânsito de crianças e pessoas com mobilidade reduzida. Outro aspecto considerado se refere aos apontamentos do Plano De Mobilidade de Maringá, aprovado e publicado recentemente, para fiscalização eletrônica de velocidade.
Foto: Arquivo/PMM
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