Os custos de operação do Hospital deverão ser divididos entre Prefeitura de Maringá, Governo do Paraná e Governo Federal. Cinco anos após assinatura da Ordem de Serviço, ainda não há uma data oficial para que a unidade comece a funcionar
Por Victor Ramalho
Os custos de operação do Hospital da Criança de Maringá poderão chegar a R$ 14 milhões ao mês. A estimativa é do secretário de Saúde de Maringá, Clóvis Melo, que concedeu entrevista ao Maringá Post e atualizou como está o andamento dos trabalhos para o início das atividades na unidade.
De acordo com o secretário, o valor estimado entre R$ 12 a 14 milhões se refere a quando o Hospital estiver operando com 100% da capacidade. Para o início dos trabalhos, o valor deverá ser menor, algo em torno de R$ 4,5 milhões. Segundo Melo, os custos de funcionamento do Hospital da Criança serão repartidos em três partes iguais: Município, Governo do Estado e Governo Federal. Cada parte deverá entrar com aproximadamente R$ 1,5 milhão.
“Quando ele estiver totalmente operacional, o custo deverá ser em torno de R$ 12 a 14 milhões ao mês. No início, o nosso cálculo é que, para começar a funcionar, deva custar em torno de R$ 4,5 milhões, sendo divididos em três partes: município, Estado e União”, explicou, em entrevista ao Maringá Post.
Apesar disso, conforme o secretário, ainda não há uma data para que a unidade comece a funcionar. No momento, o município trabalha para a conclusão das obras da área externa do hospital, além de organizar o processo licitatório para contratar uma empresa para gerir a unidade.
“Ainda não é possível cravar uma data, pois estamos em meio a uma série de processos, tanto de conclusão das obras do entorno, quanto de aquisição de equipamentos necessários para o funcionamento. E também temos o processo para concessão do hospital à entidade que se habilitar para sua administração e operação”, disse Clóvis Melo.
A assinatura da Ordem de Serviço para construção do Hospital da Criança completará cinco anos no dia 1º de março. As obras iniciaram em 2019 e, na época, tinham prazo de conclusão previsto de 12 meses, mas a entrega foi adiada em, pelo menos, três oportunidades. O investimento para a construção do complexo foi de aproximadamente R$ 150 milhões, divididos em um modelo quadripartite, que contou com a participação do Governo do Paraná, do Governo Federal, Prefeitura de Maringá e Organização Mundial da Família (OMF).
As obras internas foram concluídas em 2022. No momento, resta a conclusão das obras do entorno, que são de responsabilidade da Prefeitura de Maringá. Uma empresa foi contratada pelo município em novembro de 2021 ao custo de R$ 8,8 milhões e deveria concluir o trabalho em 7 meses. Ao longo dos trabalhos, o município pagou um aditivo de R$ 1,7 milhão pelo serviço, que está sendo executado há 1 ano e 3 meses. De acordo com o medidor publicado no Portal da Transparência, atualmente a obra está 80% concluída.
De acordo com Clóvis, o atraso na conclusão se justifica devido às chuvas, mas ele garante que o município já está caminhando com os processos licitatórios.
“Nós ainda dependemos da conclusão das obras externas. Por conta das chuvas, as obras ficam complicadas. Nós temos previsão de prazos, mas chove e sempre atrasa, infelizmente. Em relação a equipamentos, ainda é necessária a instalação de toda rede lógica e de telefonia, para termos computadores e telefones funcionando, além de fazermos toda a climatização do hospital. Ainda há aquisição de enxoval, lençóis, talheres, há uma série de itens que precisam ser adquiridos, mas já estamos caminhando com os processos licitatórios”, resumiu.
Ainda segundo o secretário, o município deverá ter uma reunião em março com a ministra da Saúde do governo Lula, Nísia Trindade, para garantir o terço referente à União para o início do funcionamento do hospital.
“O prefeito Ulisses Maia já garantiu o terço do município, que é de R$ 1,5 milhão ao mês, para o início do funcionamento do hospital. O Governo do Estado sinalizou com R$ 1,5 milhão também e agora dependemos do Governo Federal. Estávamos em tratativas com o governo anterior, mas houve essa mudança de governo e agora precisamos retomar as tratativas. Devo ter uma conversa junto ao prefeito no mês que vem com a Ministra da Saúde, para apresentar o hospital para ela e fechar essas tratativas, para que a União também compareça com seu terço e o hospital comece a funcionar”, finalizou.
Foto: Geraldo Bubniak/Arquivo/Agência Estadual de Notícias
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