Desde domingo (5), o valor da tarifa do transporte coletivo em Maringá foi reajustado em R$ 0,80. Segundo a Secretaria de Mobilidade Urbana de Maringá (Semob), o subsídio é necessário para “equilibrar as contas do sistema”
Por Victor Ramalho
Para manter o valor da tarifa do transporte coletivo em R$ 4,80, a Prefeitura de Maringá pretende gastar mais de R$ 41 milhões em subsídios para a Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC), empresa que faz a gestão do serviço na cidade, em 2023. A informação é do secretário de Mobilidade Urbana de Maringá, Gilberto Purpur, que concedeu entrevista ao Maringá Post nesta segunda-feira (6).
De acordo com o secretário, o valor é cerca de R$ 6 milhões superior ao que o município gastou no decorrer de 2022. No ano passado, foram R$ 35 milhões pagos em subsídios, que incluem a redução da tarifa para o usuário comum, as gratuidades para pessoas idosas e também o passe do estudante.
“Neste momento, a Prefeitura está subindo a tarifa para R$ 4,80, mas está colocando muito mais dinheiro com os subsídios. No ano passado, fora em torno de R$ 35 milhões do subsídio do transporte coletivo e, nesse ano de 2023, a pretensão é de colocar mais de R$ 41 milhões. Mesmo assim, esse valor não é suficiente para equilibrar a tarifa técnica com a tarifa praticada”, disse.
Neste mês de fevereiro, completou-se 1 ano que a Prefeitura de Maringá passou a subsidiar parte da tarifa do transporte coletivo. No ano passado, o município anunciou o custeio de R$ 1,10 por usuário, fazendo a tarifa cair de R$ 5,10 para R$ 4,00. Mas, desde domingo (5), o valor foi novamente reajustado para R$ 4,80.
De acordo com Purpur, o aumento foi necessário para equilibrar as contas do transporte público. Entre os fatores apontados como determinantes para o reajuste tarifário, estão o aumento do preço do diesel e também dos insumos relacionados com a manutenção dos ônibus.
“Passou-se 1 ano e os cálculos foram refeitos. E esses cálculos apontam que, no momento, a tarifa técnica deveria ser de R$ 7,05. Então para que essa dívida não se acumule e gere uma outra demanda judicial, é necessário fazer esse reajuste agora para equilibrar as contas do sistema. […] Essa planilha técnica é baseada em uma tabela, que é alimentada com todos os insumos, seja salários, administração, pneus, peças, manutenção e principalmente o preço do óleo diesel, que foi o que mais impactou nesse valor. É necessário pensar em meios para não repassar esse valor total ao passageiro, porque isso desestimula as pessoas a usarem o transporte coletivo”, afirmou.
Fluxo de passageiros ainda longe dos patamares pré-pandemia.
Segundo dados da Secretaria de Mobilidade Urbana de Maringá, 21,2 milhões de passageiros utilizaram o transporte público municipal entre janeiro e novembro de 2022. Os números de dezembro ainda não foram compilados.
Os dados dizem respeito a quantidade de embarques e representam uma média de 1,9 milhões de usuários por mês ou 64 mil passageiros ao dia, números longe dos patamares registrados antes da pandemia, quando a cidade tinha uma média diária de 140 mil passageiros.
Por conta disso, o subsídio pago pelo município em 2022 chegou a R$ 3 por pessoa, conforme o secretário.
“A tarifa técnica depende, basicamente, do valor dos insumos e da quantidade de passageiros transportados. Quanto mais passageiros você transportar, menor é a tarifa técnica. Do ano passado para cá, tivemos uma estabilização do número de passageiros, que não aumentou e nem diminuiu. Antes da pandemia, nós tínhamos uma média de 140 mil passageiros por dia usando o transporte coletivo municipal”, explicou o secretário. Confira a quantidade de passageiros que usaram o transporte coletivo de Maringá em 2022:
Fluxo de passageiros no transporte coletivo de Maringá em 2022. Embarques de janeiro a novembro
Janeiro | 1.362.725 |
Fevereiro | 1.664.979 |
Março | 2.081.742 |
Abril | 1.861.568 |
Maio | 2.030.391 |
Junho | 2.024.578 |
Julho | 1.912.002 |
Agosto | 2.191.295 |
Setembro | 2.071.261 |
Outubro | 2.034.364 |
Novembro | 1.978.867 |
TOTAL: | 21.213.772 |
**Dados de dezembro ainda não disponibilizados
Fonte: Secretaria de Mobilidade Urbana de Maringá (SEMOB)
Valores podem ser novamente reajustados no meio do ano
Ainda de acordo com Gilberto Purpur, a planilha de custos do transporte coletivo é analisada mensalmente e o município trabalhará, caso for possível, para oferecer uma nova redução da tarifa no meio do ano.
“Mês a mês nós acompanhamos a planilha e, caso o valor da tarifa técnica diminua, vamos supor que os insumos abaixem, o valor do diesel abaixe, é possível fazer uma nova avaliação da tarifa praticada no meio do ano”, finalizou.
Foto: Mileny Melo/Arquivo/PMM
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