Espetáculo teatral “Infância” chega a Maringá

A apresentação é às 20h no Teatro Barracão, com ingressos à venda na bilheteria por R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

  • Depois de se apresentar em cidades de Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e no Teatro Municipal de São Paulo, o grupo rodateatro traz a Maringá no próximo dia 21 o espetáculo “Infância”, versão cênico-musical da obra prima de Graciliano Ramos.

    A apresentação é às 20h no Teatro Barracão, com ingressos à venda na bilheteria por R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). No elenco, Ney Piacentini (ator da Companhia do Latão, de São Paulo) e Alexandre Rosa (músico da OSESP – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – principal conjunto sinfônico da América Latina). Após a peça haverá debate entre artistas e público.

    No dia 22/10 “Infância” se apresenta no Teatro Municipal de Campo Mourão, como primeiro classificado no edital para a escolha dos espetáculos do Fetacam – Festival de Teatro. vale lembrar que em 2022 o escritor Graciliano Ramos completa 130 anos de nascimento.

    O espetáculo 

    Em dezembro de 2021 Piacentini e Rosa foram até o sertão de Pernambuco e Alagoas, vivenciando os locais por onde Graciliano Ramos viveu sua meninice descrita no romance Infância. Passaram por Quebrangulo,Viçosa e Palmeira dos Índios (AL); e Buíque (PE). Lá conheceram a aridez e a pulsação da gente do sertão e da Zona da Mata nordestinos. Visitaram as ruas citadas no livro, as casas em que Graciliano viveu, conviveram com pessoas que conhecem a tradição de Graciliano nas regiões e dialogaram com os “viventes” locais. Assim, a pesquisa não se limitou à leitura das obras completas do autor, mas contou ainda com quatro palestras proferidas para nós por especialistas como Luciana Araujo Marques, Ieda Sylberstein, Leusa Araújo e Ivan Marques, além da viagem de absorção sensorial do mundo de Ramos.

    “Infância” é a transcrição cênica e musical a partir do livro homônimo de Graciliano Ramos, publicado em 1945. No romance, o escritor alagoano descreve seus primeiros anos de vida até a puberdade: a dura vivência com a família, a difícil alfabetização e sua gradativa aproximação aos livros. Sem perder o primor literário, o leitor acompanha a trajetória rudimentar do garoto no interior dos Estados de Alagoas e Pernambuco e o incipiente surgimento de uma criatura interessada no mundo das letras.

    A adaptação do livro à cena revela a transformação do narrador adulto na criança que ele descreve de si mesmo e o desdobramento do autor nos vários personagens que compõem o romance, no qual descreve os episódios de sua meninice – guardada a diferença de idade entre a maturidade e suas memórias infantis. Recorte que prioriza a falta de trato de sua educação familiar, a precariedade do ambiente escolar e as dificuldades na incursão na arte de ler e escrever.

    Como o nosso autor é econômico em sua literatura, se utilizando apenas das palavras e frases essenciais, sem enxertos ou prolixidade, a encenação segue na mesma direção. A estrutura da obra é simples, porém inventiva: a cenografia é feita de objetos imprescindíveis ao palco, com sofisticados instrumentos musicais que se transformam, por meio de sugestões indiretas, na indumentária do projeto. O trabalho está planejado de modo a facilitar a adaptação às condições materiais dos espaços e não o contrário.

    O programa engloba a encenação (de 60 minutos), seguida de uma conversa sobre o universo de Graciliano Ramos. Entram em debate os conteúdos, as formas, as demais obras do autor, sua    inserção no panorama da história e literatura brasileiras, além de outros aspectos de interesse da plateia. Tal base será acrescida de uma demonstração de como se deu o processo de construção do espetáculo, especulando sobre como Ney Piacentini (ator) e Alexandre Rosa (músico) deram vida a um dos livros mais importantes do escritor alagoano. Trazer à luz uma matriz do romance brasileiro tem a intenção de estimular a leitura e a formação de público, utilizando-se de uma obra singular do repertório de Graciliano.

    O escritor, que completa 130 anos de nascimento em 2022, é autor de clássicos da literatura brasileira como Vidas secas e São Bernardo. Na sua trajetória constam as atividades de prefeito de Palmeira dos Índios e diretor da Instrução Pública do Estado de Alagoas (cargo relativo ao de secretário de Educação), tendo escrito os romances: Caetés, Angústia, e Memórias do cárcere. Foi autor de crônicas e contos reunidos nos livros A terra dos meninos pelados, Pequena história da República, Histórias in- completas, Insônia, Viagem, Linhas tortas, Viventes das Alagoas, Alexan- dre e outros heróis, entre mais obras. Foi jornalista, tradutor, inspetor de ensino e militante político, tendo ganho diversos prêmios pelas suas obras.

    Serviço:

    “Infância”, com Ney Piacentini e Alexandre Rosa

    Dia 21/10 às 20h no Teatro Barracão – Praça Nadir Cancian, s/n.

    Duração: 60 minutos

    Com debate depois da peça junto à plateia interessada.

    INTEIRAS: R$ 20

    MEIAS: R$ 10,00 (p/ estudantes, professores, fazedores de teatro de todas as tribos e funções e todas as pessoas que não podem pagar inteira – basta afirmar isso na bilheteria).

    Produção local: 2 Coelhos Comunicação e Cultura

    Apoio: Secretaria Municipal de Cultura

    Na ocasião Ney Piacentini lançará seu livro (DES)APRENDIZAGENS – textos sobre atuação e Alexandre Rosa disponibilizará seu CD Bass XXI (2013, álbum)

    Livro (DES)APRENDIZAGENS: R$ 50,00

    CD Bass XXI: R$ 20,00

    Em dinheiro ou pix – [email protected]

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