Árvore exótica causa desequilíbrio ambiental em Maringá

É uma árvore exótica invasora, originária da América Central, que toma conta do ambiente e impede o crescimento de outras espécies em seu entorno.

  • Espécie originária da América Central foi trazida ao Brasil como alternativa de alimentação para o gado, mas hoje é considerada uma praga

    Em alguns pontos de Maringá, o que parece ser um ambiente equilibrado, com vegetação bem fechada, na verdade está escondendo um problema ambiental, principalmente às margens de rios e córregos. As responsáveis pelo desequilíbrio são as leucenas (Leucaena leucocephala), uma árvore exótica invasora, originária da América Central, que toma conta do ambiente e impede o crescimento de outras espécies em seu entorno, o que traz prejuízos à biodiversidade.

    “Quem vê de longe, não percebe o problema porque o verde das copas dá impressão de um ambiente saudável, mas, na verdade, podemos dizer que essas árvores formam um ‘deserto verde’, onde só elas conseguem se desenvolver”, afirma Mateus Reck, Mestre em Botânica e professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

    A espécie foi introduzida no país como uma alternativa de baixo custo para a alimentação animal, já que é uma fonte abundante de proteínas e minerais, mas seu crescimento desordenado se tornou um problema em diversas cidades. “O que dificulta o controle das leucenas é que mesmo com o corte a espécie é capaz de se regenerar. Além disso, ela produz muitas sementes que ficam no solo por anos e, a qualquer momento, podem germinar”, explica.

    Para buscar alternativas para lidar com as leucenas e com o impacto ambiental gerado por elas, o vereador Sidnei Telles protocolou um requerimento à prefeitura de Maringá solicitando esclarecimento sobre quais medidas estão sendo adotadas para o controle da espécie. O documento também visa saber se existe um plano de erradicação da árvore invasora no município.

    “Este é um problema ambiental que merece muita atenção, afinal, as leucenas estão degradando áreas importantíssimas que são as margens de rios e córregos. Precisamos encontrar uma solução ambientalmente correta para reestabelecer o equilíbrio e manter saudáveis estes espaços”, afirma. O requerimento foi protocolado pelo vereador no dia 17 de agosto, no dia 20 de setembro foi aprovado pelos vereadores e agora aguarda resposta da prefeitura.

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