Quatro crianças são estupradas por hora no Brasil, afirma Aline Câmara

A secretária da Criança e do Adolescente ressalta que a prevenção é o melhor caminho. Entretanto, falar sobre violência sexual também não é fácil; existem resistências.

  • Na tentativa de criar uma política de prevenção à violência contra criança e adolescente, Maringá criou uma secretaria específica para tratar do assunto. A pedagoga Aline Câmara assumiu, neste ano, a SeCriança – Secretaria da Criança e do Adolescente.

    Em entrevista ao Maringá Post, ela falou sobre os desafios de criar uma política pública para combater os casos de estupro de crianças e adolescentes.

    Ao apresentar os dados sobre os casos de violência no Brasil, Aline Câmara destacou que, a cada hora, quatro crianças são estupradas.

    Ela também ressaltou que a maioria dos casos acontece dentro do ambiente familiar. Pais e padrastos são os principais responsáveis. E, com frequência, crianças ainda muito pequenas são vítimas indefesas dos criminosos.

    A secretária destacou que muita gente alimenta a ideia de que o estuprador é o desconhecido, alguém que passa na rua, o sujeito mal encarado. Porém, geralmente não é isso que acontece.

    Segundo ela, outro problema grave a ser enfrentado é a quantidade de casos não-notificados. Muitas famílias sequer sabem da violência e outras até sabem, mas preferem manter o crime em segredo, às vezes, perpetuando a violência.

    Este, inclusive, é um dos mais graves problemas: o estupro raramente acontece uma única vez.

    Políticas de prevenção
    Aline Câmara ressalta que diante de um cenário tão complexo, a prevenção é o melhor caminho. Entretanto, falar sobre violência sexual contra crianças e adolescentes também não é fácil. Existem resistências. Por isso, embora o ambiente escolar seja o mais estratégico, corre-se o risco de um tema tão importante se tornar alvo de polêmica.

    Em função disso, a secretária conta que uma das principais linhas de enfrentamento da violência é chegar às famílias por meio das igrejas. Ela acredita que as igrejas podem ser um meio fundamental para popularizar as orientações sobre a violência sexual junto aos pais, crianças e adolescentes.

    Foto: Assessoria Câmara de Maringá

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