A embaixatriz da Ucrânia no Brasil, Fabiana Tronenko, visitou a Universidade Estadual de Maringá (UEM) nesta segunda-feira (21). Ela foi recepcionada pela Reitoria e por dirigentes do Escritório de Cooperação Internacional (ECI), num gesto de solidariedade ao povo ucraniano. A recepção ocorreu no auditório dos Conselhos Superiores, prédio da Reitoria, e teve transmissão ao vivo pelo canal da UEM TV no YouTube.
Durante o encontro, a embaixatriz elogiou o projeto lançado pelo governo paranaense, de acolher cientistas ucranianos nas universidades públicas estaduais, incluindo a Universidade de Maringá e garantiu que a solidariedade prestada pela UEM terá repercussões positivas no país.
Sobre o conflito armado entre Ucrânia e Rússia, iniciada em 24 de fevereiro, a embaixatriz disse que “em uma guerra, os bens materiais podem ser recuperados, mas as vidas perdidas não”, repetindo uma frase que ela ouviu do marido, o embaixador Rostyslav Tronenko que permanece em Kiev, capital ucraniana, resistindo à invasão das tropas russas.
Ela lamentou o montante de mais de três milhões de refugiados até agora, além de pelo menos 120 crianças mortas. E foi contundente ao afirmar que se aceitar as condições impostas pela Rússia “a Ucrânia nunca mais será um país democrático”.
Ideias e projetos
Ao fazer a saudação inicial, o professor Márcio Cassandre, coordenador do ECI da UEM, disse que a universidade estava oficializando um ato de acolhimento ao povo ucraniano.
Ele recordou que hoje, 21 de março, é o Dia Internacional pela Luta contra a Discriminação, implementado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Além de pedir um minuto em apoio ao povo da Ucrânia, Cassandre falou do trabalho do ECI em ampliar as relações institucionais, alargando as possibilidades de intercâmbio com outros países, reduzindo as barreiras burocráticas.
Para ele, a presença de pesquisadores ucranianas na UEM vai interculturalizar ainda mais a instituição, ajudando a ampliar o conhecimento gerado na universidade.
O reitor Julio Damasceno afirmou as grandes ideias e projetos resultantes de recentes encontros com o casal de embaixadores na UEM e em Brasília. Segundo ele, tudo foi formalizado no papel para ser concretizado na forma de projetos nas áreas de tecnologia, saúde e agronegócio.
Damasceno assegurou que este é um momento de reflexão e de tributo à paz, frisando que não existe justificativa para qualquer conflito bélico que resulte em vidas perdidas. Além de ter renovado o compromisso da UEM pautado na cooperação, justiça e prosperidade.
O vice-reitor Ricardo Dias Silva declarou que o projeto preconizado pela UEM é de fortalecimento da ciência, construindo pontes na busca de parcerias com diferentes comunidades. Lembrou, ainda, que o Paraná tem uma história atrelada ao povo ucraniano.
131 anos
Já são 131 anos de imigração ucraniana no Brasil e o Paraná abriga 400 mil descendentes – 80% do total de brasileiros com origem na Ucrânia. Calcula-se que apenas em Maringá residam de 80 a 100 famílias descendentes de ucranianos.
Parte desta população foi representada, hoje, pela Comunidade Verkhhovena, uma companhia de 24 anos, especializada em dança e folclore ucranianos, a qual faz apresentações em todo o Brasil. Presidido por Iza Kozan, o grupo se apresentará no dia 29 de abril em Assis-SP, quando será lançado um livro sobre a história da Companhia, escrito por historiador Wilson César Matos de Assis, daquela cidade.
Também prestigiaram a cerimônia pró-reitores, diretoras de centro e convidados da comunidade externa.
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