Ato nesta terça, com lançamento de livro, marca os 50 anos do assassinato de Arno Preis

A demanda por reparação foi liderada pelo empresário João Preis, maringaense que ocupou cargo de primeiro escalão na prefeitura e foi deputado estadual

  • Neste 15 de fevereiro completa 50 anos que o militando Arno Preis foi assassinado pela ditadura militar e teve o corpo enterrado clandestinamente na condição de indigente. Arno era irmão do empresário João Preis, que foi secretário municipal de Indústria e Comércio de Maringá e candidato a prefeito em 1988 com apoio do então prefeito Said Ferreira e depois foi deputado estadual.

    Para marcar o cinquentenário, acontece na noite desta terça-feira o lançamento do livro “Arno Preis: a demanda da família de Arno Preis pelo direito ao luto, à verdade, à reparação pública e à Justiça”, que tem com um dos autores o professor Reginaldo Benedito Dias, da Universidade Estadual de Maringá (UEM). O lançamento faz parte de um ato pela Internet, às 19 horas, em memória de Arno Preis (1934-1972), com transmissão pelo Youtube.

    Além de Dias, docente do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UEM, a obra tem a co-autoria de Elaine Bogo Pavani, graduada e mestre em História pela UEM, professora da Rede Estadual de Ensino em Santa Catarina.

    Arno Preis
    O ex-ministro dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda    Foto: Arquivo EBC

    O ato em memória do ex-militante é promovido pelo Instituto Memória e Direitos Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina (IMDH), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)/Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

    Arno Preis participou da ANL (Aliança Nacional Libertadora) e da MOLIPO (Movimento de Libertação Popular). O caso envolvendo o assassinato dele é investigado pela Comissão da Verdade, um colegiado organizado pelo governo do Brasil para apurar mortes e desaparecimentos ocorridos durante a ditadura militar brasileira.

    Participarão do, além dos autores do livro, o ex-ministro da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos (2003 a 2006) e deputado federal, Nilmário Miranda; e a professora da Udesc, historiadora, e integrante da diretoria executiva do IMDH,Mariana Joffily.

    A jornalista Silvia Calciolari, que integrou a Comissão da Verdade do Paraná e voluntária do Tortura Nunca Mais/Paraná, será a mediadora.

    O que houve após a morte de Arno Preis?

    A luta da família para descobrir onde estava o corpo de Arno Preis é contada no livro a ser lançado nesta noite. Ele adapta e atualiza a pesquisa realizada na dissertação de mestrado de Dias, defendida em 2009. Atualiza porque, durante a década de 2010, houve fatos novos, como a implantação da Comissão Nacional da Verdade e a edição da Lei de Acesso à Informação. Com isso, além do exame da CNV e de suas congêneres de âmbito estadual, houve a liberação de farta documentação relacionada.

    O tema da obra guarda relação local, pois em Maringá reside um núcleo da família Preis. Embora oriundos de Santa Catarina, onde Arno e os irmãos nasceram, a demanda por reparação foi liderada pelo empresário João Preis, ex-deputado estadual por Maringá.

    Outras informações sobre o ato on-line poderão ser obtidas na página do IMDH, pelo e-mail [email protected] ou pelas redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter). O livro pode ser adquirido pelo site da editora Appris.

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