Está chegando a hora de a Vila 7 se reconhecer. Os moradores que estão há menos tempo vão receber uma pitada da história do bairro e os mais antigos, os que já não moram mais lá, vão relembrar casos marcantes, pessoas que fizeram parte da história, com licença para se emocionar e, se não tiver ninguém por perto, chorar.
Será lançado nesta terça-feira, 21, na sala de exposições do Teatro Calil Haddad, às 20 horas, o livro “Zona 7”, de Jeremias Puliquezi, que faz parte do projeto Memória dos Bairros, criado pela prefeitura de Maringá em 1995 por meio da Gerência do Patrimônio Histórico. Já fizeram parte do projeto livros sobre a Vila Operária e sobre o Maringá Velho, ambos do historiador João Laércio Lopes Leal.
O “Zona 7” é diferente dos livros anteriores por não ter a pretensão de servir como documento histórico, e sim como retrato de momentos. Jeremias Puliquezi nasceu na esquina das ruas Mandaguari e Tietê na década de 1950, mesma época em que estava sendo formada a Vila 7 (na época o zoneamento de Maringá era diferente e ainda não existia o termo Zona 7).
A Vila era o trecho entre a linha férrea e o cafezal do engenheiro Aristides Souza Melo, diretor da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, onde hoje é o campus da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no trecho entre a Avenida Paraná/Rua Paranaguá e Avenida São Paulo/Morangueira.
Crescendo junto com o bairro, Jeremias Puliquezi conheceu todos que moraram na Vila 7 e foi testemunha de praticamente tudo o que aconteceu e das mudanças que a vila foi sofrendo com o tempo, principalmente após a instalação do campus da UEM e a demolição das velhas casas de madeira para a construção de quitinetes para estudantes que vinham de fora estudar na universidade. Assim, o Memória dos Bairros virou memórias de Jeremias e ninguém melhor do que ele para falar da Vila, onde mora há mais de 65 anos.
Esse livro vem sendo escrito há muitos anos, sem pressa e com tempo para que o autor pudesse se consultar com outras pessoas que testemunharam os episódios que são narrados. Foram tantos os ‘causos’ e tantos os personagens retratados que o livro passou de mil páginas. Mas, para a publicação, o autor foi cortando, cortando, cortando até que o material pudesse ser enquadrado nos critérios exigidos para fazer parte do projeto Memória nos Bairros.
Pinturas mostram o que aconteceu no bairro
O livro Memória dos Bairros – Zona 7 promove o encontro do Jeremias Puliquezi escritor com o Jeremias Puliquezi pintor, autor de vários quadros com cenas que ele viu ou imaginou sobre o bairro em que nasceu e cresceu.
Suas pinturas são bastante divulgadas em suas redes sociais e algumas foram expostas no projeto “Eu Amo Maringá”, do blog Angelo Rigon com apoio da empresa Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC).
A capa do livro é ilustrada por três telas de Puliquezi, destacando a imagem da casa em que ele cresceu na esquina das ruas Paranaguá e Tietê, seu ponto de observação de tudo o que acontecia no bairro e possivelmente onde começaram as primeiras anotações que, décadas depois, resultaram no livro que os maringaenses vão conhecer terça-feira.
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