O Cemitério Municipal de Maringá, que desde a década de 1940 teve o sepultamento dos primeiros pioneiros a morrer no local onde nasceria a cidade, desde o final de semana está movimentado, com pessoas visitando túmulos de parentes e amigos e ambulantes tentando vender de tudo, de lanches a velas, de faixas a flores artificiais.
A prefeitura de Maringá estima que cerca de 100 mil pessoas visitarão o principal cemitério da cidade só nesta terça-feira, dia 2 de novembro, data em que se celebra o Dia de Finados. Para receber tanta gente, a prefeitura preparou um esquema envolvendo várias secretarias municipais para garantir segurança, facilidade e proteção contra o coronavírus.
Quem chega ao Cemitério Municipal encontra apenas uma entrada, onde será exigido o uso de máscara facial e higienização das mãos com álcool gel. Também haverá orientação quanto ao distanciamento entre pessoas.
Também na entrada será feita a fiscalização de material que esteja sendo levando para os túmulos, como coroas de flores artificiais e vasos. A preocupação é que não sejam deixados no cemitério objetos que possam juntar água de chuva, formando criadouros do mosquito da dengue.
A Missa de Finados, que tradicionalmente acontece várias vezes no dia no cruzeiro do Cemitério Municipal, desta vez não acontecerá para evitar aglomeração de pessoas. Também os cultos organizados pelas comunidades evangélicas foram desaconselhados.
Ambulantes serão fiscalizados
Os fiscais da Secretaria de Fazenda vão vistoriar o comércio ambulante no entorno do cemitério. Estão liberados para trabalhar os vendedores que estão cadastrados na Prefeitura e respeitem os locais determinados por decreto municipal para o comércio.
Devem trabalhar neste Finados nas proximidades do Cemitério Municipal vendedores de lanches, salgados, água mineral, flores e velas.
A Secretaria de Infraestrutura proíbe o trânsito de veículos particulares no interior do cemitério. Para ajudar quem precisar de deslocamento, há veículos disponibilizados pela Prefeitura para o traslado de deficientes físicos e idosos.
Clodimar, o campeão de visitas
Há cerca de meio século o túmulo mais visitado do Cemitério Municipal de Maringá é o do garoto Clodimar Pedrosa Lô, personagem do caso policial mais famoso da história de Maringá. O menino de 15 anos foi espancado até a morte por dois policiais dentro da cadeia pública de Maringá, no prédio ainda existente na esquina das avenidas Paraná e Guaíra, no centro da cidade.
Com os anos, cresceu uma mitologia em torno do menino, com muitas pessoas comparecendo ao túmulo para rezar por graças recebidas e por milagres.
A história de Clodimar serviu para a produção de um filme, um documentário, uma peça de teatro e alguns livros, além de incontáveis matérias na imprensa. Veja o exemplo neste LINK.
No Cemitério Parque, os mesmos cuidados
O Cemitério Parque de Maringá, na Vila Vardelina, zona norte de Maringá, também deverá receber milhares de visitantes neste Dia de Finados. Tendo iniciado os sepultamentos em 1985, o cemitério criado na antiga fazenda da família Celidonio, tem hoje mais de 7 mil jazigos, alguns deles com vários membros de uma mesma família.
Dirigido pelo ex-piloto de corrida de carros Eduardo Celidonio, o Cemitério Parque também preparou esquema para receber os visitantes neste Finados, com todas as medidas para prevenir a proliferação do coronavírus.
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