A prefeitura de Maringá e o Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico (Codem) avançaram mais um passo na viabilização do Parque de Biotecnologia Tecpar no Município, uma negociação iniciada há 10 anos entre a prefeitura e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).
O secretário de Inovação, Aceleração Econômica, Turismo e Comunicação, Marcos Cordiolli, esteve em Curitiba para se reunir com o diretor-presidente do Tecpar, Jorge Augusto Callado Afonso, e com o diretor de Tecnologia e Inovação Carlos Gomes Pessoa. O secretário representou o prefeito Ulisses Maia (PSD) e acredita que mais um passo foi dado na viabilização do Parque de Biotecnologia.
“O Tecpar tem reservados R$ 37 milhões para investimentos em infraestrutura para este projeto inovador para Maringá”, disse.
Embora já esteja presente em Maringá há 35 anos, assim como em outras cidades-pólo do Estado, com a implantação de seu campus em Maringá o instituto dá início ao seu processo de descentralização da produção e será o primeiro passo para transformar Maringá em um polo farmacêutico biotecnológico, gerando empregos e absorvendo mão de obra qualificada na área da saúde.
Finalização de medicamentos
O Parque Biotecnológico da Saúde do Tecpar em Maringá deverá ocupar um terreno de 95,5 mil metros quadrados cedido pela prefeitura na Zona Fiscal 61 do Parque Industrial Cidade de Maringá. No local o Tecpar, que é fornecedor do Ministério da Saúde, vai construir uma fábrica de finalização de medicamentos e vacinas, que dará suporte à produção da vacina antirrábica, já produzida pelo instituto, e aos demais medicamentos biológicos que serão produzidos.
A unidade de fill and finish tem como objetivo realizar a formulação, envase, embalagem e armazenamento de medicamentos injetáveis produzidos pelo instituto.
Polo de vacinas
“O parque de biotecnologia deverá ser um dos pilares de impulsionamento para o novo ciclo de desenvolvimento econômico da cidade, com indústrias de biotecnologia com produções limpas, sustentáveis e de auto valor agregado”, afirmou Cordiolli. Nesse sentido, o prefeito Ulisses Maia reforçou o compromisso com o Estado do Paraná para que a cidade venha a ser o terceiro polo de multivacinas do Brasil, ao lado do Institutos Fiocruz e Butantã.
Os investimentos em um polo de vacinas e empresas de biotecnologia que acompanham este modelo estão estimados em mais de R$ 3 bilhões, informou o secretário de Inovação.
Segundo ele, além do parque de biotecnologia, o aeroporto de Maringá já conta com a operação do terminal de cargas por uma empresa especializada em transportes de vacina e produtos médicos. “Além disso, a UEM está instalando um laboratório com nível de biossegurança NB3, o único do interior do Brasil com condições necessárias para a instalação do polo de biossegurança.”
Produzindo imunobiológicos para o País há 80 anos
O Tecpar está presente em Maringá há 35 anos, mas muito antes da chegada dos primeiros pioneiros que formaram a comunidade onde hoje é o Maringá Velho, o Instituto de Tecnologia do Paraná já trabalhava na produção de medicamentos – talvez até usados pelos desbravadores e pioneiros maringaenses.
O Instituto foi criado pelo Governo do Paraná em 1940 com o intuito de apoiar o desenvolvimento tecnológico do Estado e para atender a demandas de saúde humana e animal.
Desde então, atuou em projetos específicos, para o controle de determinadas doenças, e hoje atua em projetos de longo prazo, dentro da política do Complexo Econômico Industrial da Saúde, do Ministério da Saúde.
Como uma instituição de ciência e tecnologia, o Tecpar é referência na área da saúde, atua desde a sua fundação na produção de medicamentos biológicos, vacinas e kits de diagnóstico para uso animal e humano. A produção do Tecpar, desde o início, atende a demandas governamentais nas esferas municipal, estadual e federal.
Um dos principais imunobiológicos produzidos pelo Tecpar é a vacina antirrábica animal, cujo fornecimento ao Ministério da Saúde se dá há mais de 40 anos – nas décadas de 1980 e 1990 o instituto chegou a fornecer 60% da vacina antirrábica de uso humana usada em campanhas de imunizações, mas hoje se dedica à vacina veterinária.
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