A adoção de manejo de irrigação e controle de pragas agrícolas na fase produtiva estão garantindo o dobro ou até o triplo de plumas em uma lavoura de algodão onde pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) realizam experimentos.
O estudo da UEM tem demonstrado que esta é uma opção possível para o desenvolvimento e o retorno em grande escala desse cultivo em todo o Paraná, em especial na região do Arenito Caiuá, no Noroeste, que apresenta características climáticas favoráveis.
O algodão do Paraná já foi uma das principais culturas do Estado e das mais importantes do Brasil, mas definhou por dificuldade de controle de pragas. Em âmbito nacional, a lavoura de algodão é uma das mais fortes cadeias produtivas do agronegócio, destacando-se mundialmente.
Irrigação
Os experimentos da UEM são realizados no Campus Fazenda de Umuarama, em plantio de 3 hectares, com previsão de colheita para a próxima semana. “A área irrigada por aspersão apresenta entre duas e três vezes mais plumas do que a sem irrigação, demonstrando que, mesmo sendo altamente tolerante à seca, a cultura apresenta resposta muito positiva ao fornecimento de água”, informa o professor João Paulo Francisco, do Departamento de Ciências Agronômicas (DCA).
Ele é líder do Grupo de Pesquisa e Extensão em Irrigação e Agrometeorologia (GPEIA), certificado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Feita em parceria com a Associação dos Cotonicultores do Paraná (Acopar), a pesquisa agronômica da UEM tem como objetivo promover uma adequada interação entre a planta e o solo, entender melhor a dinâmica do algodoeiro em face das condições meteorológicas e obter altos rendimentos produtivos.
As pesquisas continuarão ao longo das próximas safras, com trabalhos científicos, tecnológicos e de extensão, repassando dados confiáveis aos agricultores.
Controle de pragas
Na safra atual, os pesquisadores da UEM avaliaram as consequências de entrada, distribuição e dano do percevejo-marrom, uma praga que migra das lavouras de soja.
“Buscamos o desenvolvimento de tecnologias e produtos que possam ser utilizados como soluções viáveis para o controle racional de pragas que possam influenciar a rentabilidade econômica da cultura do algodão”, explica Julio César Guerreiro, professor do DCA e líder do Grupo de Estudos em Entomologia Agrícola (GEEA). “A cadeia produtiva do algodão no Paraná, que detinha o status de uma das mais importantes do país, tornou-se praticamente insignificante por motivos relacionados à dificuldade de controle de pragas, em específico do bicudo-do-algodoeiro”, explicou.
O GEEA, certificado pelo CNPq, busca desde 2018 a identificação das principais pragas e inimigos naturais do algodão, obtendo, como possíveis pacotes tecnológicos, formas adequadas e economicamente viáveis de amostragem, além da determinação de níveis de controle das principais pragas.
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