Mulheres do semi-aberto vão transformar sobras em comida de qualidade para o Banco de Alimentos

Banco de Alimentos
Compartilhar

A parceria entre a Ceasa e a prefeitura de Maringá vai contratar 15 mulheres que cumprem penas no regime semi-aberto para trabalhar na iniciativa Banco de Alimentos – Comida Boa, processando alimentos que seriam descartados. Depois de pré-cozidos, embalados e congelados, os alimentos vão beneficiar famílias necessitadas e entidades de assistência social.

Com o projeto Banco de Alimentos – Comida Boa só há benefícios: evita-se o desperdício de toneladas de legumes, verduras e frutas, que mesmo estando em bom estado não apresentam a aparência ideal para comercialização nos mercados; fornece milhares de toneladas de comida de qualidade e saudável a quem precisa e ainda dá emprego e reduz a pena de mulheres que têm dificuldade para serem reinseridas no mercado de trabalho por sua condição com a Justiça.

Ressocialização contra o preconceito

A secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Terezinha Pereira, reforça a importância da ação para as mulheres em regime semi-aberto, levando em consideração o preconceito que este grupo sofre na sociedade.

A secretaria ficará responsável pela seleção das mulheres que serão contratadas e também pela gestão e distribuição dos alimentos às famílias em vulnerabilidade social que receberão o benefício.

Banco de Alimentos - Comida Boa
Os cuidados relacionados às boas práticas e higiene no Banco de Alimentos – Comida Boa são comparáveis aos dos melhores restaurantes

O diretor-presidente da Ceasa do Paraná, Éder Bublitz, está confiante que a parceria com a secretaria terá impactos positivos, tanto na vida das mulheres em regime semi-aberto quanto na de pessoas que necessitam de apoio para colocar alimentos à mesa.

Bublitz sabe do que está falando, pois em Curitiba a Ceasa já mantém uma parceria deste tipo há um ano e emprega 40 mulheres do semi-aberto que só têm a agradecer pela oportunidade.

“Sou muito grata a esse projeto porque só a partir de agora que a nossa família acredita que a gente quer recomeçar”, destacou Vanessa do Rocio de Lima Chagas, que há nove meses trabalha no Banco de Alimentos – Comida Boa no Ceasa Curitiba. Agora, mulheres de Maringá viverão a mesma experiência de Vanessa.

Sem desperdício e comida para quem precisa

Os bancos de alimentos que aproveitam o que seria descartado para ajudar famílias e entidades existem no mundo inteiro, mas esse que envolve o governo do Estado do Paraná, Secretaria da Agricultura, as Centrais de Abastecimento (Ceasa), prefeituras e mulheres do regime semi-aberto tem apenas um ano.

O Banco de Alimentos – Comida Boa é uma iniciativa de segurança alimentar e nutricional que coleta alimentos não comercializados pelos atacadistas e produtores rurais. Os hortifrutigranjeiros são selecionados e distribuídos gratuitamente às entidades assistenciais e às famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional, previamente cadastradas, como forma de complementação às refeições diárias da população assistida.

Banco de Alimentos
Processados, embalados a vácuo e congelados, os alimentos do Banco de Alimentos – Comida Boa podem ser estocados por longo tempo

 

O processamento dos alimentos começa pela seleção e higienização dos alimentos que estão próprios para serem utilizados. Dependendo do vegetal, há um processo de branqueamento, que consiste em um choque térmico para preservá-los por mais tempo. Na sequência, passam à sua preparação, embalagem à vácuo, congelamento e distribuição. Entre os produtos finais estão cenoura, chuchu, abobrinha, manga, maracujá, molho de tomate, doce de goiaba, entre outros.

No primeiro ano de funcionamento, o projeto doou uma média de 640 toneladas de alimentos processados a orfanatos, creches, hospitais públicos, asilos e famílias em situação de insegurança alimentar.

Projeto que dá orgulho

“O Paraná é um dos maiores produtores de alimentos por metro quadrado do mundo. Não podemos admitir gente passando fome”, disse o governador Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD) sobre a iniciativa, durante uma visita ao Ceasa Curitiba. “Esse é um projeto do qual a gente tem muito orgulho porque, além da preocupação social, ele também evita o desperdício de alimentos”.

“São dezenas de mulheres que fazem esse trabalho de cuidado e higienização do alimento, embalado a vácuo e congelado. Como resultado, estamos falando de dezenas de carretas de alimentos por mês que eram jogadas fora e hoje beneficiam centenas de famílias e de entidades”, acrescentou.


Compartilhar

Autor

Notícias Relacionadas