Observatório Social de Maringá questiona matriz de risco informada pela prefeitura

Segundo o observatório, entre 25 de fevereiro e 15 de março, a cidade estava em risco extremo para o coronavírus, mas os boletins diários informavam risco muito alto

  • O Observatório Social de Maringá (OSM) enviou um novo ofício à Prefeitura de Maringá pedindo mais esclarecimentos sobre os dados referentes à Covid-19 na cidade. O principal questionamento do OSM é em relação a taxa de positividade.

    Em fevereiro deste ano, o OSM enviou um ofício ao município questionando a demora na liberação de um boletim completo sobre a Covid-19, que havia sido publicado pela última vez em dezembro de 2020. No dia 9 de março, o município afirmou que o levantamento havia atrasado por conta da troca do comando da Secretaria de Saúde.

    Oito dias depois, o OSM reiterou o pedido dos dados. Recentemente, a Prefeitura de Maringá emitiu dois boletins completos, de número 23 e 24. Entretanto, os boletins geraram ainda mais dúvidas.

    Segundo a presidente do OSM, Cristiane Mari Tomiazzi, os dados que constam no boletim não batem com as informações que têm sido divulgadas pelo município. “Nós percebemos que as informações que constam no boletim 23 são diferentes das que estão no boletim 24, há uma sobreposição de dados. Ao analisar esses boletins e aplicando os números divulgados na matriz de risco, identificamos uma divergência do que tem sido divulgado diariamente, sobre em qual categoria de risco Maringá está inserida”, explica.

    Em diversos momentos, o observatório constatou que a matriz de risco em Maringá estava na categoria “extremamente alto”, mas nos boletins diários emitidos pela prefeitura constava apenas o risco “muito alto”. De acordo com a entidade, entre 25 de fevereiro e 15 de março, Maringá estava em risco extremo para o coronavírus, com taxas de ocupação de leitos acima de 90% e taxa de positividade acima de 71%. No entanto, os boletins diários informavam risco muito alto.

    Diante das divergências, a presidente do OSM afirmou que um novo ofício foi protocolado, pedindo mais esclarecimentos. “Nós não recebemos ainda nenhuma resposta da prefeitura sobre os nossos questionamentos feitos desde o dia 26 de fevereiro. Questionamos também sobre a transparência na lista de vacinados. Seguimos aguardando um posicionamento oficial do município com esses esclarecimentos para que possamos dar andamento nesse assunto”, afirma.

    Procurada, a Prefeitura de Maringá informou, por meio da assessoria de imprensa, que “a Secretaria de Saúde está analisando os apontamentos realizados pelo Observatório Social”.

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