Prefeitura quer desengavetar parte do projeto Ágora, criado por Niemeyer para Maringá

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Depois de 30 anos, os traços do arquiteto e urbanista Oscar Niemeyer voltam às mesas de reunião da Prefeitura de Maringá. Contratado inicialmente em 1986, pela recém-criada Urbamar, ele criou o “Projeto Ágora”, que daria um ar de modernidade à área ocupada até então pela Estação Ferroviária.

A proposta inicial garantiria um aproveitamento maior do espaço público. Haveria menos prédios e não haveria túnel, mas faltou dinheiro para executar a proposta de Niemeyer.

O arquiteto e urbanista voltou a Maringá em 1991, quando apresentou uma nova proposta, com algumas alterações. Mesmo com as modificações, a proposta não prosperou. Neste momento, já havia ocorrido o alargamento da Avenida João Paulino Vieira Filho, a abertura das avenidas Durque de Caxias e Herval e a venda de lotes na área para custear a obra.

Na segunda versão discutida com a prefeitura, a proposta de Niemeyer precisou ser reduzida para que grande parte da área pudesse ser vendida para a iniciativa privada. Ao final, a proposta do urbanista foi esquecida e a Urbamar deu andamento ao Novo Centro de Maringá, com a venda dos lotes públicos à iniciativa privada.

Com a privatização do espaço público, o resultado foi a criação do paredão de prédios que se conhece atualmente entre as avenidas João Paulino, Horácio Raccanello e Tamandaré. A justificativa para a decisão da Urbamar foi que não houve interessados nos direitos de construção dos projetos de Niemeyer.

Para saber mais sobre essa história, acesse esse estudo da então graduanda da UEM Jeanne Christine Versari Ferreira e da professora doutora Fabíola Castelo de Souza Cordovil.

Agora, passados 30 anos, a prefeitura quer resgatar parte do projeto Ágora, para construir o novo Centro Cultural de Maringá, ao lado do Terminal Urbano. A ideia é aproveitar o projeto arquitetônico feito por Niemeyer para a cidade. O prédio lembra o formato de um livro.

Maquete do Centro Cultural proposto por Niemeyer no Projeto Ágora / Ana Laura Silva / PMM

Os detalhes para elaboração do projeto e execução da obra de 7 mil m² foram debatidos nesta terça-feira (5/1) em reunião com o prefeito Ulisses Maia, o deputado federal Ricardo Barros, a ex-governadora Cida Borghetti, o presidente da Câmara, Mário Hossokawa, o chefe de gabinete, Domingos Trevizan, e parte do secretariado.

O deputado federal Ricardo Barros conseguiu um recurso de R$ 25 milhões para viabilizar o empreendimento. “Temos uma boa parceria com a prefeitura. Há uma união em favor de obras e investimentos para melhorar a vida do maringaense”, afirmou o deputado.

O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maringá (Ipplan), a Secretaria de Obras Públicas (Semop) e a Secretaria de Cultura (Semuc) já trabalham para viabilizar o projeto arquitetônico.

Legalmente este processo deve ser realizado pelo Instituto Social Oscar Niemeyer de Projetos e Pesquisa. As negociações com o instituto foram iniciadas em 2020 e vão ser retomadas pelo Ipplan.

Na sequência, após a conclusão do projeto arquitetônico, o município vai elaborar os projetos básicos e executivos. A estimativa de conclusão é até o fim de 2021, para então o município abrir o processo licitatório para a execução da obra.

Reunião na Prefeitura de Maringá em janeiro de 2021 para resgate do projeto de Niemeyer / Mileny Melo / PMM

 


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