Fechadas pela Covid-19, arenas de futebol contabilizam demissões, dívidas com aluguéis e incertezas

Ao menos três arenas fecharam porque os donos ficaram sem renda e não conseguiram fazer a renegociação do aluguel. No total, na cidade teriam sido fechadas 200 vagas de emprego

  • Com exceção do Maringá Futebol Clube, que em 2020 voltou aos gramados da cidade na série B do Campeonato Paranaense e conquistou vaga para voltar a primeira divisão estadual em 2021, o futebol teve pouco espaço em Maringá no ano do novo coronavírus.

    Em março, quando foi baixado o primeiro decreto da prefeitura para conter a transmissão do vírus, as cerca de 25 arenas de futebol da cidade foram fechadas e passou a ser proibida a disputa de jogos e as atividades das escolinhas.

    “Calculamos que 200 pessoas que trabalhavam nos campos perderam o emprego. E ao menos três arenas fecharam porque os donos ficaram sem renda e não conseguiram fazer a renegociação do aluguel”, conta o empresário Marcelo Freire. Os espaços usados para as arenas são alugados por valores que variam entre R$ 6 mil e R$ 12 mil.

    Freire diz que os empresários se organizaram e há várias semanas tentam marcar uma reunião com o prefeito em busca de negociar uma solução. “Em cidades vizinhas o futebol está liberado. Aqui não pode usar e o prefeito não marca uma reunião com o nosso grupo. Ninguém dá uma previsão de volta”, reclama.

    No mês de outubro, quando houve uma redução das restrições, as atividades nas arenas puderam ser retomadas, mas o funcionamento foi autorizado por menos de dois meses e com horários restritos para a locação dos campos, o que não garantiu muita receita.

    O funcionamento das escolinhas também não garantiu recursos para sair da crise. “Quando voltou, menos de 20% dos alunos retomaram as aulas. Atualmente, sabemos que tem crianças deprimidas em casa, obesas, enquanto nós sofremos com a inadimplência”, diz.

    Freire diz que fez o que pode, parcelou a conta de energia, negociou outras contas e tem feito o possível para suportar esse período de restrições para conseguir retornar em 2021. “O que não entendemos é que escolas de dança, escolas de luta, academias, que ficam em ambientes fechados, foram autorizadas a funcionar. E nós, que trabalhamos em campos de futebol, em local aberto, com espaço grande, não podemos abrir e ninguém nos responde os critérios”, questiona.

    Procurada, a Prefeitura de Maringá, por meio da assessoria de imprensa, informou que não há previsão de mudanças nas medidas de restrição relacionadas às arenas de futebol.

    “As mudanças nas medidas de restrições sempre estão sujeitas ao comportamento do vírus. Não há nenhuma previsão neste momento de flexibilização das normas”, informou a assessoria.

    Sobre os questionamentos referentes a outas atividades liberadas como nas academias e escolas de lutas, a assessoria informou que há várias controvérsias sobre os decretos como, por exemplo, também tem as “reclamações sobre a proibição de mesas nas calçadas e o uso de piscinas nos clubes.”

    Ao ser questionada sobre a definição das medidas restritivas, a assessoria de imprensa informou que há uma equipe coordenada pela Secretaria de Saúde que “sempre busca equilibrar as medidas de prevenção com a manutenção das atividades econômicas”.

    Para o empresário Marcelo Freire, passou da hora de deixar a “bola rolar em Maringá”.

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