O primeiro Songbook Folclore do Paraná, feito com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial da Cultura e do Ministério do Turismo do Governo Federal, foi idealizado, produzido e editado pelo produtor artístico de Maringá, Ronaldo Gravino.
Com o auxílio da professora Sueli Alves de Souza, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o produtor artístico recolheu as letras das canções do folclore paranaense e as uniu em um livro, a fim de “resgatar as músicas do folclore e dar de presente aos alunos, as universidades, aos pesquisadores, professores e às bibliotecas”, explica Gravino.
“Eu fiz ele [livro] para partitura de violão, voz, piano, acordeão e flauta. Além das músicas cifradas, ele também tem uma página que contempla a parte de áudio, que são as músicas gravadas, e a parte do braile que é para o pessoal com deficiência visual”, conta o autor da iniciativa inédita no Brasil e que deu inicio ao projeto em 2017.
O projeto, que obteve letras e cifras transcritas para Braile, terá 100 exemplares destinados a instituições que trabalham com pessoas com deficiência visual. A obra está à disposição de todos na internet, basta acessar este link.
Gravino conta que há cerca de 20 anos foi convidado pela professora Sueli Alves de Souza para fazer parte do grupo Fogança, grupo parafolclórico universitário de danças folclóricas da UEM. E atualmente, em meio à pesquisa desenvolvida junto à professora, eles concluíram que a música folclórica estava escassa nos ambientes escolares.
O autor do Songbook Folclore do Paraná também conta que, recentemente, ao tocar e cantar em um restaurante tipicamente brasileiro em Maringá, onde teve uma semana dedicada à culinária do folclore paranaense, ele percebeu como a música típica do estado tinha sido esquecida pelos habitantes.
Para executar o trabalho, Gravino, que teve o apoio da Sol Propaganda, também relata que teve dificuldade em escrever um livro no país pela falta de apoio de empresas para a execução de obras literárias.
“É muito triste e tenho que deixar em destaque, que nesse nosso país, que por mais que a gente tenha feito tudo pela cultura, essa parte de leitura, de livro, ela está sendo deixada muito de lado. Salvo alguns estados, que fazem algum trabalho de resgate de leitura ou ter uma feira que contempla, como a nossa Flim [Festa Literária Internacional de Maringá], por exemplo. As pessoas são muito mais ligadas a shows, teatro, e as empresas querem apostar mais nesse ramo do que investir em um livro, e fica muito difícil para o artista, e cada vez mais difícil para os escritores estarem contemplando um projeto desse”, afirma.
Mesmo com dificuldades, Gravino conseguiu patrocínios e apoios fundamentais para fazer o projeto. Esta obra só foi possível pela colaboração de várias empresas de Maringá e região, por meio de destinação fiscal. As empresas patrocinadoras são a Fortgreen, Fertipar, Lowçucar e Dicomp. E houve o apoio da Sol Propaganda, LR Produções e CAP de Maringá. A obra também contou com o fomento à Cultura do Instituto Cultural Ingá (ICI).
A execução das músicas do folclore do Paraná foi devidamente registrada em áudios digitais que estão à disposição de todos na internet. Quer conhecer ou relembrar as músicas do folclore do Paraná? Basta acessar aqui o site oficial do projeto.
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