O ano letivo de 2021 na rede estadual do Paraná vai começar no dia 18 de fevereiro em formato híbrido. Parte dos alunos vai assistir às aulas de forma presencial, nas escolas, e parte vai acompanhar, simultaneamente, a mesma aula de maneira remota. A intenção é que haja um revezamento semanal entre os estudantes dentro do próprio sistema.
A confirmação do calendário escolar foi feita pelo governador Ratinho Junior em entrevista coletiva nesta terça-feira (15/12), no Palácio Iguaçu.
“Montamos um planejamento especial, com todos os cuidados necessários para que os alunos possam voltar às aulas presenciais de uma maneira segura. O retorno é um anseio da sociedade, pela volta da convivência no ambiente escolar”, afirmou. “É um modelo que garante qualidade e segurança para estudantes e professores”.
De acordo com o governador, a prioridade será dos alunos que não têm acesso à tecnologia em casa, como um computador ou aparelho de telefone celular. O Governo do Estado já subsidia atualmente, com a programação de ensino a distância, a internet de quem não tem condições de pagar por um provedor.
Quem não se enquadrar na categoria poderá seguir o modelo atual, com a impressão do material didático. Segundo dados da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte, cerca de 5% dos matriculados na rede se encontram nesta condição.
“Será uma operação grande, que envolve tecnologia, livros, transporte e merenda, tudo com as adequações necessárias, pensando na rotina dos nossos jovens”, explicou Ratinho Junior.
De acordo com a secretaria, os colégios estaduais vão adotar as medidas do protocolo de prevenção contra a Covid-19 elaborado pela Secretaria de Estado da Saúde, seguindo o mesmo modelo já usado no retorno de atividades extracurriculares no fim de outubro.
Entre outros itens, haverá medição de temperatura na entrada das escolas, uso obrigatório de máscara, distanciamento social respeitando o distanciamento de 1,5 metro entre alunos e disponibilização de álcool em gel dentro da escola e das salas de aula.
A capacidade da sala de aula será reduzida a no máximo 50% da ocupação normal. “Pensamos em salas de aulas com oito a dez alunos no máximo, seguindo fielmente os protocolos exigidos pela Secretaria da Saúde”, ressaltou o secretário de Estado da Educação e do Esporte, Renato Feder.
Paralelamente às atividades em sala de aula, um novo modelo de transmissão de aulas remotas será adotado. A nova formulação das aulas a distância, explicou Feder, permitirá maior interação com os estudantes, com transmissão das aulas presenciais via Google Meet, programa já usado em 2020 pelos professores da rede.
No começo do ano essa transmissão será feita através de notebooks, mas a intenção é entregar um novo equipamento, atualmente em fase de testes pela secretaria, para substituí-los.
Cada sala de aula terá ainda ponto de acesso wi-fi e uma TV LED instalada em um suporte, conectada a um computador com acesso à internet e a uma câmera com microfone. Assim, o professor dará aula aos alunos que estão na sala ao mesmo tempo em que poderá ver e interagir com os que estão em casa, transmitindo a todos o mesmo conteúdo.
A modalidade permite, portanto, um ensino completo, interativo e dinâmico. O investimento por parte do Governo do Estado na modernização do processo de transmissão é de R$ 70 milhões.
“Quem ficar em casa vai assistir ao vivo à aula. E para o professor vai aumentar a interação, já que ele também poderá ver o rosto de quem está no outro ambiente, sanar as dúvidas no mesmo momento. Haverá sincronia total entre quem está nas salas de aula e quem está em casa”, ressaltou Feder.
Apenas no segundo semestre de 2020 a pasta investiu R$ 5,96 milhões na compra de equipamentos de prevenção para abastecer as mais de 2 mil escolas do Estado com álcool em gel, álcool líquido 70% e dispensers para o produto, além medidores de temperatura, macacões para as equipes de limpeza e máscaras de tecido.
Os materiais das escolas já foram distribuídos aos 32 Núcleos Regionais de Educação. Outros materiais como luvas e botas para profissionais de limpeza e fitas adesivas para orientar o distanciamento social em pátios e salas de aulas estão sendo adquiridos pelas próprias escolas, com verba do fundo rotativo.
A confirmação da presença dos alunos nas escolas será feita por pais ou responsáveis legais, que assinarão um documento autorizando a ida do estudante. Eles terão liberdade para aderir ou não ao modelo presencial. Profissionais do grupo de risco, por exemplo, estão liberados das atividades presenciais.
O ano letivo de 2021 contará com o programa Educar para Prevenir. Parceria entre as secretarias da Educação e da Saúde, o projeto vai levar orientações sobre doenças, como prevenção e cuidados, para dentro da grade escolar dos alunos.
De acordo com o planejamento, entre 10% a 15% do conteúdo de Ciências para alunos do Ensino Fundamental nos anos finais e de Biologia no Ensino Médio abordarão o tema.
A ação se dará uma vez por semana com objetivo de tornar a escola agente de disseminação de informação sobre prevenção de doenças, inicialmente com foco na pandemia do novo coronavírus e depois expandindo para outras doenças endêmicas e doenças crônicas não degenerativas.
Formato adotado desde o início de abril, em virtude da pandemia da Covid-19, o Aula Paraná será mantido no começo do ano letivo, com os canais de TV aberta, YouTube, aplicativo e demais plataformas, como Google Classroom. Ele ficará à disposição tanto para os estudantes que precisam quanto para professores como suporte.
Perguntas e respostas sobre o ano letivo de 2021
Quando começa?
Em 18 de fevereiro, quinta-feira.
Como vai funcionar?
Modelo híbrido, com parte dos alunos assistindo às aulas presencialmente nas escolas, enquanto a outra assistirá, simultaneamente, à mesma aula de maneira remota.
Qual será o protocolo de prevenção adotado?
O que consta na resolução 1.231 da Secretaria de Estado da Saúde, que regulamentou as atividades extracurriculares. Haverá medição de temperatura na entrada, uso obrigatório de máscara, distanciamento social e disponibilização de álcool gel dentro da escola.
É obrigatório o aluno acompanhar a aula presencial?
Não, os pais e responsáveis têm liberdade para aderirem ou não ao modelo presencial. Profissionais do grupo de risco também estão liberados das atividades presenciais.
A quem é indicado acompanhar o modelo presencial?
Preferencialmente quem estava fazendo atividades impressas, com os demais revezando mediante autorização de pais ou responsáveis.
Como fica o aluno vulnerável e com dificuldade de acesso à escola?
Os estudantes nessas condições seguirão recebendo o material impresso de todas as disciplinas.
Haverá limite por sala de aula?
Sim, vai depender do tamanho da sala. O distanciamento de 1,5m entre os estudantes deverá ser respeitado com limite de 50% de ocupação.
Como será a transmissão para quem ficará em casa?
Via Google Meet. Inicialmente por meio de notebooks dos quais a secretaria dispõe. Posteriormente, eles serão substituídos por um equipamento atualmente em testes, que inclui uma TV LED de 40 polegadas conectada a um computador com acesso à internet e a uma câmera com microfone.
A grade curricular seguirá a mesma neste formato?
Sim, com a diferença da inclusão do programa Educar para Prevenir, que será adotado em uma aula por semana na disciplina de Ciências para o Ensino Fundamental e Biologia no Ensino Médio. Parceria entre as secretarias da Saúde e Educação, o programa vai abordar questões de saúde com foco na pandemia no primeiro momento.
Como fica o Aula Paraná?
O formato adotado em 2020 com o Aula Paraná será mantido no começo do ano letivo, com os canais de TV aberta, Youtube, aplicativo e demais plataformas como Google Classroom.
Educação financeira e aulas de programação em 2021
O secretário da Educação e do Esporte, Renato Feder, confirmou duas novidades para o ano letivo de 2021, além do formato híbrido de aulas, com mescla entre presencial e a distância. O Governo do Estado passará a oferecer conteúdos de educação financeira e de programação para os alunos do Ensino Médio.
Serão disponibilizadas gratuitamente 150 mil vagas em todo o Paraná para aulas de programação. Elas serão optativas e com modelagem de ensino a distância. Atualmente, 10 mil alunos da Rede Pública do Estado já contam com a disciplina.
Os conteúdos de educação financeira, por sua vez, serão ofertados de forma presencial para 100% dos alunos do Ensino Médio, dentro da atual grade curricular. “O aluno vai aprender sobre endividamento, controle de despesas, cálculo de juros… Enfim, vai poder ajudar no planejamento financeiro da família”, destacou o secretário.
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