Mulheres devem estar atentas à saúde das mamas. Combate ao câncer de mama vai além do autoexame

As mulheres devem passar pelo exame clínico das mamas anualmente. Já a mamografia é indicada a partir dos 40 anos para quem não tem sintomas

  • O câncer de mama é a segunda causa de mortes de mulheres no Brasil. A anomalia perde apenas para as doenças relacionadas ao sistema circulatório. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para 2020 é de 66.280 novos casos da doença. Conforme o Atlas de Mortalidade por Câncer, 17.572 brasileiras morreram por câncer de mama em 2018. 

    A prevenção continua sendo a principal estratégia de combate ao câncer de mama, não apenas em épocas de campanhas especiais. 

    Durante muito tempo, uma das possibilidades foi o autoexame. No entanto, nos últimos dez anos, estudos mostraram que a prática isolada não funciona como uma forma efetiva de detecção de nódulos ou tumores.

    Especialistas indicam que o fundamental é incentivar a mulher a conhecer o próprio corpo e a compreender como os procedimentos solicitados pela ginecologista na consulta de rotina são prioritários dentro da estratégia de prevenção. 

    Consciência sobre a saúde das mamas 

    Ainda muito presente nas mentes das mulheres por conta de anos de incentivo, o autoexame deixou de ser uma técnica de rastreamento do câncer de mama. Atualmente, o mais indicado é que a mulher esteja consciente sobre a saúde dos seios, assumindo uma postura mais atenta sobre o próprio corpo.

    Ministério da Saúde, Inca e Sociedade Brasileira de Mastologia reforçam que é mais comum as mulheres identificarem caroços no seio casualmente do que seguindo o autoexame. Observar as mamas e palpá-las, sem necessariamente obedecer a um calendário específico, independente de ser antes ou após a menstruação, tem se tornado mais eficaz na detecção dos primeiros sinais de anomalia.

    A orientação médica geral é acompanhar alterações na mama em diversas oportunidades: no banho, ao trocar de roupa ou em um momento íntimo.

    Observando os sinais

    As mamas sofrem mudanças conforme o momento da vida da mulher. Deve procurar o médico, para os exames específicos, quem perceber uma alteração suspeita. Nódulo ou caroço fixo e geralmente indolor é a principal manifestação do câncer de mama, presente em cerca de 90% dos casos. 

    Deformações ou alterações no formato das mamas, pele avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja e alterações ou feridas no bico do peito também são sinais importantes. Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço e saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos merecem ser observados.

    Alguns nódulos ou tumores são muito pequenos e podem não ser percebidos no autoexame. Além disso, nem sempre alterações na pele, nos mamilos e a presença de nódulos são sinais de câncer. Por essa razão, as alterações devem ser relatadas ao especialista, para diagnóstico preciso. 

    Prevenção ao câncer de mama 

    Além da conscientização sobre o corpo, a necessidade de passar por consultas e exames periódicos é importante para o diagnóstico precoce do câncer de mama. 

    As mulheres devem passar pelo exame clínico das mamas anualmente. Já a mamografia é indicada a partir dos 40 anos para quem não tem sintomas ou é do grupo de risco e a cada dois anos para quem estiver na faixa etária dos 50 aos 69 anos. Desta forma, as pacientes terão as condições de obter o diagnóstico correto para o caso. 

    Adotar um estilo de vida saudável coopera na prevenção. As indicações são mudar a alimentação, o que contribui para evitar sobrepeso e a obesidade. Ambos são fatores de risco, especialmente após a menopausa. Quatro em cada cinco casos são diagnosticados depois dos 50 anos. 

    Além disso, também deve-se buscar orientação para praticar atividade física que ajude a manter o peso corporal adequado e afaste as complicações trazidas pelo sedentarismo. 

    Segundo o Inca, a amamentação pelo maior tempo possível é fator de proteção para o câncer. 

    Outra recomendação é evitar bebidas alcóolicas e o uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.

     

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