O mês de outubro é dedicado às ações de conscientização sobre o câncer de mama. O objetivo do movimento Outubro Rosa é compartilhar informações e proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento, além de contribuir para a redução da mortalidade. Em 2020, devido à pandemia do novo coronavírus, o desafio aumentou porque o número de atendimentos preventivos e mamografias diminuiu.
Levantamento feito pela Fundação do Câncer, com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS), revela uma queda de 84% no número de mamografias feitas no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus, em comparação ao mesmo período do ano passado.
Os dados preocupam e os especialistas orientam que as mulheres não devem deixar de realizar os exames de prevenção. Quando o câncer é identificado em estágio inicial, a paciente tem 95% de chance de cura
O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação de células anormais da mama, que formam um tumor. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido enquanto outros são mais lentos. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no Brasil e responde por 29,7% dos novos casos registrados a cada ano.
O câncer de mama tem tratamento e o Ministério da Saúde oferece atendimento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Em Maringá, a Unidade da Mama do Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM) atende mulheres encaminhadas das unidades locais dos municípios da 15ª Regional de Saúde, que apresentam alterações mamárias e suspeitas de casos de câncer de mama. O objetivo do projeto é fazer o diagnóstico precoce da doença e antecipar o tratamento.
A unidade é coordenada pelo médico mastologista Antonio Soares Safar, referência na área. O trabalho é desenvolvido por uma equipe multiprofissional com médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, técnicos, residentes e alunos do 6º ano de Medicina da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
“Antes da pandemia de Covid-19 conseguíamos atender, em média, 35 mulheres por semana. Aos poucos, estamos retornando a normalidade e hoje, seguindo todas as medidas de segurança, estamos atendendo cerca de 15 pacientes”, ressalta Safar.
Após a realização da biópsia, se for confirmada a doença, a paciente é encaminhada a hospitais de referência no tratamento do câncer de mama. Quando o resultado é benigno a mulher recebe todas as orientações para continuar fazendo o rastreamento mamográfico.
Segundo Myrna Campagnoli, diretora médica do Laboratório São Camilo – que integra a Dasa, as mulheres não podem deixar de realizar os exames de prevenção do câncer de mama, mesmo na pandemia, principalmente para monitorar e porque em estágio inicial a paciente tem 95% de chances de cura. “Quanto mais precoce o tumor for detectado, maior a probabilidade de cura e, a depender da localização do nódulo, menos agressivo será o tratamento”, explica.
O principal exame para a detecção do câncer de mama é a mamografia. Segundo levantamento do laboratório, neste ano as unidades contabilizarão uma diminuição de 40% de mamografias comparado com o ano passado. “A mamografia é um dos principais exames para monitorar a saúde da mama, pois consegue identificar nódulos ainda não palpáveis. Já as pacientes com histórico familiar devem começar antes a avaliação”, explica.
A Secretaria de Saúde de Maringá intensificou a orientação para realização do exame preventivo, conhecido como papanicolau, e da mamografia. A orientação é que as mulheres procurem a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para realização do exame preventivo e, caso seja necessário, receba encaminhamento para exame de mamografia.
Segundo orientação do Ministério da Saúde, mulheres entre 25 e 64 anos devem realizar o exame preventivo. A mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama – é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos.
Campanhas do Outubro Rosa se transformam em ações online
Em Maringá, as campanhas e eventos tradicionais do mês de outubro se transformaram em ações online. Jantar em celebração ao Outubro Rosa, o Power Pink chega à 4ª edição em um formato diferente: o Power Pink Conecta. Devido à pandemia do novo coronavírus, as atividades foram substituídas por uma dinâmica virtual com conteúdos exclusivos.
Durante todo o mês de outubro, serão compartilhadas entrevistas com profissionais da saúde, depoimentos de pessoas que lutam contra o câncer, além de informações sobre prevenção e tratamento à doença. Os conteúdos estão disponíveis nas contas da Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC) e da Amici Gestão de Eventos no Instagram.
A ação também ocorre fora do ambiente online. São comercializados kits com diversos itens próprios da iniciativa e todo o dinheiro arrecadado com as vendas será revertido à Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC).
No interior dos kits, os clientes solidários vão encontrar camiseta temática, álcool em gel, máscara personalizada e brindes dos patrocinadores. Os kits da Power Pink Conecta custam R$ 85 e podem ser adquiridos na loja Bobstore, localizada no Catuaí Shopping Maringá.
“Neste momento desafiador que estamos todos atravessando, aumentou o número de pessoas amparadas pela Rede Feminina de Combate ao Câncer e diminuiu drasticamente a quantidade de doações. Então, com este evento, temos o intuito de ajudar a instituição, que faz uma grande diferença nas vidas dos assistidos e de seus familiares”, comenta Mari Shiozaki, sócia proprietária da Amici Gestão de Eventos e uma das idealizadoras do Power Pink Conecta.
Devido à pandemia do novo coronavírus, a caminhada contra o câncer de mama, organizada pela Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres de Maringá, não será realizada neste ano. A secretaria deu início às ações referentes ao Outubro Rosa com uma live no início do mês. Por enquanto, não há outras atividades programadas.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção de Maringá, também promove atividades online referentes ao Outubro Rosa por meio de podcasts com médicos, vídeos e outros formatos nas redes sociais. Além disso, a OAB Maringá disponibilizou uma cartilha sobre os direitos das pessoas com câncer (acesse aqui) .
Para as advogadas, serão realizadas lives com profissionais da saúde, que tratarão sobre prevenção, exames e outros cuidados. Além disso, a Caixa de Assistência dos Advogados do Paraná (CAA/PR) vai disponibilizar às advogadas exames de mamografia e consulta com ginecologista. Ambos serão subsidiados.
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