“Américo Dias Ferraz – A saga do caboclo violeiro” não é apenas uma biografia, mas uma pesquisa sobre a história de Maringá. Assim é o livro dos jornalistas Dirceu Herrero e Donizete Oliveira. Em 224 páginas, os autores revelam fatos que fizeram a história do município.
O lançamento do livro será neste sábado (26/9), durante manhã de autógrafos dos autores, entre 9h15 e 12h, na sede da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim).
Américo Dias Ferraz chegou pobre em Maringá, mas ficou milionário com compra e venda de café. Ele tentou entrar na “alta” sociedade local e não conseguiu, abriu o bar mais chique do interior do país e foi eleito prefeito em 1956 contra todas as previsões.
Perdeu a fortuna, se mudou para São Paulo e assassinou um executivo francês de uma multinacional. Ferraz ficou vários anos na cadeia, saiu e morreu em Campo Grande (MS).
Dividido em cinco partes, na primeira o livro aborda um tema que repercute até hoje na história política de Maringá. Na véspera de natal de 1956, o fazendeiro Aníbal Goulart, adversário político de Américo Dias Ferraz, e que tinha dezenas de jagunços, mandou o capanga Santo Ribeiro dar uma surra de guaiaca no prefeito.
A situação ocorreu em um salão de barbeiro ao lado da então Praça da Rodoviária, que, mais tarde, se chamaria Napoleão Moreira da Silva. Américo fazia a barba quando foi surpreendido por Santo Ribeiro.
O episódio é conhecido e narrado até hoje quando se lembram da administração de Américo Dias Ferraz. Os autores se aprofundaram na pesquisa e trouxeram fatos inéditos. Por exemplo, o toque de recolher e a confusão que gerou na cidade. Reforços policiais de Apucarana e Curitiba vieram à Maringá para acalmar os ânimos dos moradores, que revoltados queimaram a casa de Aníbal Goulart.
Na sequência, o livro aborda a colonização da região e situa o leitor no ambiente que acolheu Américo Dias Ferraz. A terceira parte retrata a vida de Américo, que chegou a Maringá sem nada literalmente. Nascido no interior mineiro, ele morava em Presidente Bernardes (SP) e, como muitos, veio tentar a sorte naquela boca de sertão. Ficou milionário comprando e vendendo café e cereais.
Com a nova condição financeira, lançou-se candidato a prefeito em 1956. Disputou com quatro fortes adversários e venceu. Na Prefeitura teve vários problemas, inclusive, com a Câmara de Vereadores, que tentou cassá-lo. Por fim, sua derrocada, ao ir à falência e cometer um assassinato.
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