Planejado desde janeiro de 2020, o projeto Cartas Amarelas tomou rumos diferentes diante à pandemia do novo coronavírus. Desistir nunca foi opção aos voluntários, profissionais de Maringá e de diversas outras partes do Brasil.
Em meio a dúvidas de como a sociedade e empresas atuariam com base nos decretos, os voluntários seguiram com o planejamento, que incluía palestras e cursos presenciais em empresas, com foco na defesa e preservação da saúde mental de colaboradores e gestores.
Em junho, os voluntários organizadores decidiram suspender qualquer atividade presencial, tomando como viés a realização de ações virtuais e nas redes sociais. “As cartas impressas ficam de lado neste momento. Vamos criar uma onda de saúde mental com as cartas em formato virtual. O Instagram também será fundamental, publicaremos posts com mensagens de apoio, vídeos com tradução em libras e realizaremos lives com profissionais que falarão sobre saúde mental”, explica Guilherme Morais, um dos idealizadores do projeto.
De acordo com a psicóloga responsável pelo projeto, Brenda Elisa, a atual situação do País é sensível e totalmente atípica. Muitas pessoas estão passando por problemas, ora sem trabalho e até mesmo sem perspectiva de futuro.
“É crucial tratarmos da saúde mental dessas pessoas, abraçando suas dores e provocando uma onda de esperança. O objetivo do Cartas Amarelas é levar mensagens de apoio e, assim, o faremos, tomando medidas para que as mensagens ganhem ainda mais força”.
Toda mobilização do projeto acontece pelo site www.cartasamarelas.com.br. O site é fundamental para receber, gerir e distribuir as mensagens de apoio que são enviadas por pessoas comuns, pessoas que desejam alimentar a esperança e promover a saúde mental.
“Uma mensagem não assiste apenas uma pessoa. A mesma mensagem pode tocar a vida de dezenas de pessoas. O momento pede carinho, atenção, conforto. O Cartas Amarelas abraça esses propósitos. Qualquer pessoa que deseja promover o bem pode acessar o site e escrever uma mensagem de apoio. O canal é aberto. É para todos”, afirma Santiago Sipoli, que, junto com Guilherme, deu vida ao projeto.
Para evitar frases, palavras que sejam gatilhos, todas as cartas recebidas no site passam pela curadoria dos psicólogos voluntários. “Após aprovadas, as cartas são geradas, sem o nome de quem mandou a mensagem. A partir daí são distribuídas para empresas, entidades e instituições de ensino que apoiam o projeto”, afirma Brenda.
Os voluntários, ao longo de 2020, também buscaram empresas que pudessem contribuir para a realização do projeto. Sicoob Metropolitano, Associação Comercial de Maringá (ACIM), Sicredi União PR/SP, Dinâmica Empresa Júnior, Atlas Marcas e Patentes, Matera, Tecnospeed S/A, Rock Temakeria foram as empresas que investiram no projeto.
Todas realizarão ações internas e digitais para seus públicos e/ou colaboradores, além de receberem palestras e treinamentos que evidenciam e valorizam a importância da saúde mental no trabalho.
O valor arrecadado será destinado ao Núcleo de Apoio à Vida de Maringá (NAVIMAR), mantenedor do Centro de Valorização da Vida (CVV) de Maringá. Parte do dinheiro será utilizado na divulgação do projeto.
Geração Social, EVOA Aceleradora, Grupo Maringá de Comunicação (GMC), VQV Eventos, Liga Saúde (PUC Curitiba), Lar Escola de Maringá, Casa Feito Brasil, Centro Acadêmico de Engenharia de Alimentos (CADEA), estão na lista de empresas que apoiaram a causa.
O projeto também conta com os tradutores e intérpretes de Libras voluntários: Murilo Noguti Silva, Mariane kaori Noguti Silva, Francielle Cristina Lopes e Thiago Rafael Mazzarollo.
No Lar Escola de Maringá, cartas impressas foram enviadas juntamente com os kits mensais que a instituição envia às famílias.
O Cartas Amarelas surgiu em 2017 como uma campanha da Brazutopia de Setembro Amarelo e se tornou projeto em 2018, quando a paixão fez com que todo o trabalho voluntário crescesse.
Setembro Amarelo é o mês de conscientização e prevenção do suicídio em nível mundial. O Cartas Amarelas vem com a intenção de estimular a conversa sobre o assunto e trazer à mesa a preocupação com a sociedade, que tem andado sob risco.
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