Começa nesta segunda-feira (17/8) o primeiro semestre do ano letivo na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Após muitos debates, a volta às aulas na UEM foi aprovada com a prática de ensino remoto na instituição de modo emergencial para os cursos presenciais. As aulas do primeiro semestre seguem até 19 de dezembro segundo o calendário acadêmico aprovado para 2020.
O início do ano letivo para os 14.200 estudantes de graduação vai ser marcado por uma aula magna com o ex-ministro da Educação e professor da Universidade de São Paulo (USP), Renato Janine Ribeiro. Ele foi ministro por seis meses em 2015, durante o final do governo Dilma Rousseff. O tema proposto na aula magna é O papel da Universidade no Contexto da Pandemia. O evento vai ser realizado nesta segunda-feira (17/8) às 19h30 e os alunos são convidados a acompanhar a transmissão ao vivo, pelo canal do Nead no YouTube. Para ter acesso antes clique aqui para fazer a inscrição.
O reitor Julio César Damasceno reforça que esse é um momento de excepcionalidade que tem demandado um árduo trabalho de adaptação de todos, professores, alunos e agentes universitários. Ele lembra que o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UEM, ao aprovar o ERE (Ensino Remoto Emergencial), previu um período de ambientação nas plataformas digitais que deve demandar alguns dias.
“O ERE é a opção viável neste momento em que não podemos manter o contato direto com nossos alunos e garantir essa flexibilidade é importante para o sucesso das atividades emergenciais”, afirma o reitor.
De acordo com a Resolução 06/2020 do CEP os cursos tiveram autonomia para definir quais disciplinas e conteúdos seriam ofertados de forma remota, sem limitação de quantitativo.
Segundo o diretor de Assuntos Acadêmicos, professor Carlos Humberto Martins, entre as mais 7 mil disciplinas que compõem a grade dos cursos de graduação presenciais, cerca de 60% serão ofertadas pelo ERE ao longo deste primeiro semestre letivo.
“A maior parte das disciplinas são teóricas, mas os alunos também terão aulas teórico/práticas”, explica.
Ainda falando em flexibilização, os acadêmicos podem optar pelo trancamento do ano letivo de 2020, que pode ser feito sem custo e sem contabilizar no prazo máximo que o aluno tem para se formar. Os procedimentos estão detalhados no site da Diretoria de Assuntos Acadêmicos (DAA).
Martins apenas frisa que ao trancar o curso o discente perde temporariamente o vínculo com a universidade, por isso essa deve ser uma decisão bem pensada e de preferência discutida com o coordenador da graduação.
Uma opção menos radical seria fazer o cancelamento gratuito das matrículas em
disciplinas específicas ofertadas em ERE. Ou seja, poderá cursar uma e outra
não.
Para muitos professores o ensino no formato virtual será uma experiência inédita, para a qual tiveram que se adaptar em tempo recorde, o que demandou suporte e capacitação sobre o letramento digital. Pensando nisso, o Nead, Núcleo de Educação a Distância da UEM, abriu turmas para treinamento e ofereceu apoio técnico e pedagógico para ambientação nas plataformas digitais e nas ferramentas que elas disponibilizam na interação entre aluno e professor.
Josimayre Novelli, diretora do Nead, explica que o objetivo dos cursos foi justamente trabalhar as competências dos professores para que eles tenham recursos para construir suas próprias habilidades nas aulas remotas.
“Para além de todo o suporte já realizado até aqui, com cursos e assessoria técnica e pedagógica, abrimos uma agenda para o atendimento individualizado dos docentes que nos procurarem”, destaca a diretora. Ela apenas lembra que para este atendimento há uma limitação tanto da estrutura do Nead quanto pelas regras de isolamento social. Ainda segundo a diretora do Nead, para as aulas remotas emergenciais os professores poderão escolher entres duas plataformas digitais que funcionarão como câmpus virtual da UEM.
Uma das plataformas é o G Suite for Education, que é um pacote de aplicativos corporativos, de ferramentas e serviços do Google, disponíveis para a UEM e outras instituições de ensino no mundo todo. O pacote possibilita acesso da comunidade acadêmica ao Google ClassRoom, ao Google Meet, e outras ferramentas que permitem ao professor criar um espaço customizado com salas virtuais para as disciplinas, distribuição de tarefas, criação de uma pasta do Google Drive dentro do ambiente da disciplina para disponibilizar materiais para os alunos e uma série de outras medidas.
Igualmente disponível, a plataforma Moodle constitui um sistema completo que também permite várias possibilidades e estratégias de ensino e aprendizagem. Para ministrar as aulas remotas o professor terá autonomia para criar o ambiente das disciplinas e turmas no Moodle.
Além dos cursos já realizados, o Nead oferece através do seu site tutoriais para uso de ambas plataformas.
Garantir a inclusão de todos os alunos nas aulas remotas foi uma das providências colocadas em prática para o início do ano letivo. O plano desenvolvido pela Reitoria foi disponibilizar computadores e acesso à internet. “Seria impensável iniciar o ano letivo sem incluir todos os acadêmicos”, afirma
o vice-reitor da UEM, Ricardo Dias Silva, destacando que o Projeto de Inclusão Digital foi a solução encontrada para que nenhum aluno ficasse para trás por não ter as ferramentas necessárias para as aulas remotas. Na prática, a viabilização do projeto se deu com a parceria da Receita Federal, que doou 850 smartphones e 28 notebooks, e da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), que financiou a compra de cerca de mil chips com acesso à internet de banda larga, com pacotes mensais de pelo menos 10 GB, segundo o professor Elyson Andrew Pozo Liberati,
assessor técnico da Pró-Reitoria de Ensino.
Liberati informa que no primeiro edital aberto para solicitação dos equipamentos e chips, foram registradas 99 inscrições das quais 85 foram homologadas.
A entrega dos equipamentos vai se dar ao longo da primeira semana de aula. “Dos 85, 11 irão para o Câmpus Regional de Umuarama, 4 para o Câmpus de Ivaiporã, 1 para o Cãmpus de Cianorte e 1 para o Câmpus de Goioerê”, explicou o professor.
Ele também adiantou que a UEM vai abrir um edital maisvamplo para contemplar, por ordem de prioridade, alunos de graduação e devpós-graduação em situação de vulnerabilidade econômica e alunos devgraduação e de pós-graduação com renda familiar, per capita, acima de 1,5 salário mínimo.
“Ainda estamos definindo qual será o teto máximo para concorrer ao edital”, disse.
O assessor da PEN também destacou que estão em processo de aquisição 200 tablets e que há um estudo sobre a possibilidade de compra de 40 notebooks.
A contratação de 93 professores temporários foi outra ação importante para o início do ano letivo. De acordo com o pró-reitor de Recursos Humanos, Luis Otávio Goulart, o quantitativo foi calculado a partir do levantamento das necessidades de cada departamento e tendo como base o decreto do governo do Estado que autoriza o total de horas de trabalho docente em regime especial.
“Atualmente, a UEM tem garantido 18 mil horas semanais”, afirma o pró-reitor. Goulart lembra ainda que estão em andamento dois Processos Seletivos Simplificados (PSS), abertos para a selecionar mais 59 docentes temporários que iniciarão as atividades em outubro, cobrindo as vagas de docentes cujos prazos de contratação estão vencendo.
Originalmente, o calendário acadêmico da UEM iniciaria em 6 de abril, mas foi suspenso ante a pandemia de covid-19 e a necessidade medidas de distanciamento social para reduzir a disseminação da doença.
A Universidade precisou se adequar à nova realidade, tendo optado inicialmente pela oferta de atividades extracurriculares, ministradas remotamente, oferecendo conteúdos nas mais diferentes áreas.
O ERE para os cursos de graduação presenciais foi aprovado pela Resolução nº 06/2020 do CEP, publicada em 23 de julho.
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