Desde o início da pandemia do coronavírus, há 160 dias, nenhum evento é realizado no Brasil. O país está há quase cinco meses sem a energia dos shows, a alegria dos espetáculos circenses, o coração acelerado nos autódromos, sem baladas, sem DJ, sem música no barzinho, sem corridas na rua, sem congressos nem feiras e sem ator no palco do teatro.
Tudo isso é evento. E, sem eventos, um setor que emprega diretamente quase 2 milhões de brasileiros, e informalmente outros 4 milhões, está paralisado. Esperando e trabalhando por dias melhores para esse segmento da economia criativa, a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) lançou a campanha “Tudo é Evento”, com o objetivo de apoiar todos que estão há quase cinco meses sem receber salário.
A ideia é jogar luz nas discussões do retorno com segurança e defender a criação de leis e incentivos de crédito para o setor, além de dar destaque para todas as ações que representam as crises do mercado, nesse período tão difícil.
De acordo com a diretora de comunicação da Abrape, Jany Lima, desde que a pandemia começou, em março, a entidade tem feito um trabalho político bastante articulado no sentido de conseguir a aprovação de medidas provisórias e liberação de crédito. “A ideia de lançar essa campanha é traduzir esse pragmatismo da entidade em busca de resoluções práticas”, explica.
Uma das conquistas, alcançada ainda em abril, foi o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça, a Associação Nacional do Ministério Público do Consumidor (Mpcon), o Ministério Público do Distrito Federal e a Abrape, que estabelece regras para remarcação de eventos e shows adiados ou cancelados em virtude da pandemia do coronavírus.
No mesmo mês, a publicação da Medida Provisória 948 (MP 948), pelo Ministério do Turismo, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, foi outra articulação da Abrape em benefício do setor. A MP ordena questões como cancelamento de serviços, reservas e eventos nos setores de turismo e cultura, os mais impactados pelas ações de isolamento social, e define regras claras para um cenário pós pandemia, protegendo o direito do consumidor e proporcionando maior segurança para produtores e promotores de eventos.
A campanha “Tudo é Evento” foi desenvolvida pela diretoria de comunicação da entidade e conta com o apoio de muitos artistas. “Todas as ações e iniciativas que envolvem eventos no Brasil vão ser repercutidas através dessa campanha nas redes oficiais da Abrape, independente de ser associado ou não. A campanha vai compartilhar as dificuldades que todos os escritórios e produtores de eventos estão enfrentando neste momento”, diz Jany Lima, que também é head de Comunicação do Grupo Maringá de Comunicação, que tem a GMC Eventos no rol de empresas.
A Abrape convida produtores de eventos ou quem depende do mercado do entretenimento para participar da campanha, marcando a @abrapeoficial e usando a hashtag #tudoéevento (com acento) em todas as postagens que mostrem as dificuldades do setor. “Vamos criar uma rede forte e unida”, diz Jany.
Comentários estão fechados.