Apontado como principal causa da explosão no porto de Beirute, no Líbano, o composto químico de nitrato de amônio é bastante utilizado no Brasil. O produto é base para fertilizantes, gases anestésicos e explosivos.
No Paraná, representa 3,5% das importações de fertilizantes nos portos do estado, somando 207.860 toneladas apenas nos sete primeiros meses de 2020.
Tendo como principal origem a Russia, o nitrato de amônio circula pelos portos de Paranaguá e Antonina sob uma série de medidas de segurança.
“Nunca tivemos problemas relacionado a essa substância. Quem trabalha com o nitrato de amônio segue uma rígida rotina de fiscalização e prestação de contas impostas pela Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC), ligada ao Exército Brasileiro”, explica o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
O diretor ainda lembra que a mão de obra utilizada, tanto na faixa portuária quanto nos terminais e armazéns, nas operações dos granéis de importação é extremamente qualificada, com oferta de cursos de capacitação regularmente.
Segundo a assessoria de comunicação dos portos, quatro empresas são responsáveis por operar o nitrato de amônio nos portos do Paraná. No total, 11 armazéns são credenciados, pela autoridade portuária e pelo Exército, para receber o composto químico.
“É um produto controlado pelo Exército, que inspeciona os armazéns, e apenas com esta liberação é que credenciamos os armazéns para receber o produto”, afirma o diretor de Operações da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior.
O Exército é notificado sempre que uma carga de nitrato de amônio chega no porto, antes mesmo do navio atracar é emitida uma licença específica para a carga, após avaliação da situação documental. O Exército sempre deve ser notificado sobre o local para onde a carga será levada e armazenada.
Enquanto está nos armazéns, o produto é acomodado entre paredes de concretos, em boxes iluminados com lâmpadas frias, devidamente identificados, com controle de acesso, avisos de segurança e pessoal devidamente treinado.
Acidentes com nitrato de amônio já aconteceram anteriormente no Brasil, em uma proporção extremamente menor que a do Líbano. Os acidentes acontecerem em uma fábrica em Cubatão (SP), em 2017, e em 2013, quando houve também uma explosão no porto de São Francisco do Sul (SC).
Riscos no transporte de nitrato de amônio
Mesmo para um curto trajeto, do cais até o armazém, o caminhão que transporta o produto químico também passa por um processo de fiscalização. No Porto de Paranaguá, uma das empresas que fazem esse serviço de transporte especializado é a Copadubo.
Segundo a empresa, existe uma série de medidas no transporte do fertilizante, cuidados com a contaminação, superaquecimento e confinamento do nitrato de amônio são pontos para prestar atenção.
Acidentes envolvendo o transporte destes fertilizantes apresentam sérios impactos ao meio ambiente devido às propriedades químicas presentes nos materiais transportados, como inflamabilidade, toxicidade, explosividade, entre outros.
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