A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo grande acúmulo de gordura, comprometendo a saúde. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é a doença do século 21 e preocupa as equipes de saúde frente ao cenário da pandemia da Covid-19, uma vez que o excesso de peso tem grande relação com diabetes, principalmente de tipo 2, e hipertensão arterial, dois fatores de risco para o vírus.
A obesidade é o reflexo de diversas interações genéticas, ambientais e comportamentais. João Falavigna, diretor médico do Laboratório São Camilo de Maringá, que integra a Dasa – líder em medicina diagnóstica no Brasil e na América Latina -, comenta que, independentemente dessas diversas causas, o ganho de peso pode estar associado aos maus hábitos.
“Neste momento é de extrema importância a adoção de hábitos e comportamentos saudáveis, como a alimentação com proteínas magras, rica em frutas, verduras, legumes e vitaminas, além da prática de atividade física em casa”, explica.
Por ser uma doença crônica que causa inflamações no organismo, a obesidade interfere no sistema imunológico, deixando o paciente vulnerável a infecções e vírus graves como o novo coronavírus. “É outro agravante da obesidade, pois com o sistema imunológico abalado os sintomas são sentidos de uma forma mais grave, debilitando mais a pessoa em comparação a uma outra com IMC normal”, explica João.
De acordo com o boletim do Ministério da Saúde, a obesidade é umas das doenças com fatores de risco para o vírus. Segundo o último relatório detalhado do MS, divulgado no dia 19 de abril, a Covid-19 tinha se manifestado em 89 pacientes com obesidade.
O boletim aponta ainda 48 infectados no grupo de faixa etária com menos de 60 anos e 41 contaminados no grupo com mais de 60 anos. No Paranáhá 1186 casos confirmados e 75 óbitos. Em Maringá são 75 casos e 5 óbitos.
Segundo João Falavigna, a obesidade pode estar associada ao excesso de consumo de alimentos gordurosos e sem nutrientes. “A fase crônica da doença impacta a saúde em vários aspectos, aumentando o risco de desenvolver diabetes, hipertensão, alteração de colesterol e, como consequência, problemas cardíacos; e estes são fatores de complicação para pacientes com Covid-19”.
Isso reforça a preocupação de Falavigna acerca da importância da manutenção dos cuidados com a saúde e da realização de exames de monitoramento, em especial pelos obesos.
“O exame de TSH é necessário para avaliar se a tireoide está funcionando corretamente. O T4 Livre mede a quantidade de hormônio disponível na corrente sanguínea, caso haja grande quantidade de T4 Livre pode ser diagnosticado o hipertireoidismo e, do contrário, hipotireoidismo, e ambos podem estar ligados à obesidade. O teste de intolerância à lactose, glicemia, exames hormonais, entre outros, são essenciais para avaliar doenças decorrentes do excesso de peso”.
O doutor ressalta que exames de imagem também são importantes para o monitoramento. “O ultrassom abdominal, por exemplo, avalia a quantidade de gordura corporal depositada no fígado. Outro exame que pode ser realizado é a densitometria para estudo da densidade corporal total, que permite o mapeamento da composição corporal em porcentagens de água, tecido ósseo, massa magra e gordura”, finaliza.
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