A Câmara de Graduação e Extensão aprovou na terça-feira (28/4) proposta que suspende atividades curriculares presenciais da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Pela proposta, apenas atividades de pesquisa, extensão e extracurriculares podem ser realizadas de forma remota. As aulas seriam suspensas por tempo indeterminado.
“A proposta suspende todo tipo de aula presencial ou não presencial da universidade, mas permite que atividades acadêmicas como cursos livres e palestras possam ser feitas. Essas atividades não valeriam como aula dada, mas como atividades complementares”, explicou o presidente da Câmara de Graduação e Extensão, Ricardo Gardiolo.
A proposta será avaliada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP) nesta quinta-feira (30/4). Os conselheiros vão se reunir de forma remota e podem aceitar ou formular uma nova proposta.
As aulas presenciais do ano letivo de 2020 da UEM estavam previstas para começar em 6 de abril. No entanto, em atendimento ao decreto estadual que determinou a suspensão das aulas na rede pública e privada, a universidade suspendeu o início das atividades presenciais de ensino.
Na terça-feira (28/4), a Câmara de Graduação e Extensão avaliou duas propostas. Em uma delas, a universidade poderia ofertar atividades de ensino não presenciais aos alunos, medida que foi autorizada pelo Conselho Estadual de Educação. No entanto, a proposta recebeu apenas 31 votos.
Outra proposta, que foi aprovada por 45 votos e vai seguir para o CEP, permite que apenas as atividades extracurriculares sejam ofertadas de forma remota. Segundo o presidente da Câmara de Graduação, Ricardo Gardiolo, a maioria dos conselheiros entendeu que há um acesso desigual dos alunos às tecnologias digitais.
“Muitos alunos moram em regiões que não têm acesso adequado à internet. Então, a decisão foi no sentido de que poderia haver uma dificuldade em garantir que todos os alunos tivessem acesso às aulas”, disse Gardiolo. No entanto, a decisão não é definitiva e pode ser aceita ou reformulada pelo CEP.
Pesquisa realizada pela Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá (Aduem) mostrou que a maioria dos professores, 57,9%, é a favor da manutenção do calendário acadêmico da UEM, enquanto 42,1% é contra.
Sobre a implantação de aulas e atividades a distância, 37,7% dos docentes responderam que são a favor, 28,3% são contrários e 34% disseram que depende. Dos 1.777 professores e associados da Aduem, 321 responderam o questionário.
Segundo Ricardo Gardiolo, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão também vai precisar confirmar ou não na quinta-feira a decisão da reitoria que cancela o Vestibular de Inverno da UEM. O CEP emitiu parecer favorável ao cancelamento do vestibular.
Apesar disso, ainda não foi definido se o processo seletivo vai ocorrer em outra data ou se as vagas serão incorporadas ao Vestibular de Verão. A deliberação sobre o vestibular deve ser tomada após o retorno das atividades presenciais da UEM.
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