Pesquisa realizada pela Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá (Aduem) mostrou que a maioria dos professores, 57,9%, é a favor da manutenção do calendário acadêmico da UEM, enquanto 42,1% é contra.
Os docentes também foram consultados sobre a implementação de aulas e atividades a distância. Nessa questão, as respostas ficaram divididas: 37,7% responderam que são a favor, 28,3% são contrários e 34% disseram que depende. O questionário ficou aberto para que os professores opinassem sobre estratégias pedagógicas que podem ser adotadas durante a pandemia de coronavírus.
A consulta ocorreu entre 17 e 20 de abril por meio de um questionário enviado apenas aos docentes ativos e aposentados via e-mail e WhatsApp. Dos 1.777 professores e associados da Aduem, 321 responderam o questionário. A pesquisa tem margem de erro de 4,95% e 95% de confiabilidade.
De acordo com o professor da UEM e um dos coordenadores da pesquisa, Fabrízio Meller da Silva, o objetivo da pesquisa foi produzir informações para o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UEM (CEP). Existe a expectativa de que o órgão se reúna na próxima semana para discutir a continuidade ou não das atividades acadêmicas.
“É uma forma de consolidar algumas informações de maneira institucional e entregar para os verdadeiros tomadores de decisões, que são os conselheiros do CEP”, afirmou Fabrízio da Silva.
As aulas presenciais do ano letivo de 2020 da UEM estavam previstas para começar em 6 de abril. No entanto, em atendimento ao decreto estadual que determinou a suspensão das aulas na rede pública e privada, a universidade suspendeu o início das atividades presenciais de ensino.
Nesta quarta-feira (22/4), às 14h, a Câmara de Graduação, Extensão e Educação Básica e Profissional, que é um órgão de instância inferior ao CEP, vai discutir a alteração do calendário acadêmico e a possibilidade da instituição adotar um regime especial de ensino durante a pandemia de coronavírus.
A UEM também realiza uma consulta online junto aos alunos de graduação e aos professores. A ideia é fazer um levantamento sobre a disponibilidade dos recursos tecnológicos e materiais, assim como o nível de conhecimento da comunidade interna sobre o uso de plataformas digitais.
A partir dos resultados da pesquisa, a Aduem também apresentou um relatório com pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças sobre a adoção de atividades de ensino não presenciais. Entre os pontos fortes, a pesquisa cita o fato da UEM disponibilizar moodle para as disciplinas presenciais, a preocupação com os alunos e outros aspectos.
No entanto, o levantamento também destaca o acesso desigual dos alunos às tecnologias digitais, falta de funcionários e infraestrutura na instituição e a pouca experiência de alguns professores com as tecnologias digitais no processo de ensino-aprendizado.
Para o professor da UEM, Fabrízio Meller da Silva, as aulas remotas podem trazer prejuízos à qualidade de ensino, mas frente à pandemia de coronavírus e a necessidade de isolamento social, a ausência do ensino pode ser mais prejudicial ainda.
“O ensino presencial, o contato dos professores com os alunos em sala de aula, é uma metodologia de melhor padrão de qualidade possível. Mas nesse momento de exceção que vivemos, o que se torna mais prejudicial seria a ausência de ensino. O fato de manter os alunos ativos intelectualmente, de repente, pode contribuir para a saúde emocional”, disse o professor.
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