Sistema imunológico deficiente, pulmões e mucosas fragilizados, caderneta de vacinação desatualizada e idas mais frequentes a hospitais são algumas das características que enquadram os idosos como um dos grupos mais vulneráveis ao coronavírus.
Além dos idosos, pessoas com doenças crônicas graves, imunodeprimidas e pacientes oncológicos também fazem parte deste grupo.
Segundo dados do Centro para a Prevenção e Combate a Doenças da China, a mortalidade de pessoas acima dos 60 anos chega a 26,4%.
Mesmo com recomendações de prevenção universais, para qualquer idade e condição de saúde, os idosos devem redobrar os cuidados e seguir conselhos específicos junto com a família ou cuidadores.
O médico sanitarista e clínico geral de idosos, Gilberto Berguio Martin, destaca que o resguardo social seja a primeira inciativa tomada.
“O ideal é que o idoso fique o máximo possível em casa. É preciso evitar o contato físico, aperto do mão, beijinho no rosto e abraços”, comenta Martin.
As visitas também devem ser restritas e sempre que chegar na casa do idoso é preciso seguir medidas de higiene básica, como lavar abundantemente as mãos com água e sabão.
“É muito importante o cuidado de se resguardar socialmente, porém é necessário cautela para não provocar um distanciamento social desnecessário, podendo ocasionar ou intensificar casos depressivos”, alerta o sanitarista.
O médico ainda recomenda que familiares mantenham relação com o idoso mesmo que a distância. Ligações, indicações de leitura, séries e filmes são meios indicados para manter uma relação saudável e sem muito contato físico com a pessoa idosa.
Popular entre as pessoas mais velhas, o lenço de tecido também deve ser deixado de lado em tempos de crise. É importante que os idosos evitem tocar na boca, nariz ou olhos se estiverem em um ambiente público, uma vez que o vírus é transmitido por via aérea e pelo contato com secreções respiratórias.
Com o sistema imunológico mais fragilizado, Martin alerta que os idosos precisam estar sempre com as vacinas em dia, principalmente as vacinas relacionadas a outros tipos de gripe.
“Segunda-feira [23/3] começa a campanha de vacinação da gripe H1N1 e o idoso tem que tomar. Além dessa, é muito importante tomar a vacina antipneumocócica”, recomenda.
Assim como o cuidado com a vacinação, o idoso não pode descuidar da saúde física. Mesmo em resguardo social, o sanitarista recomenda se manter ativo, na medida do possível, por meio de atividades físicas.
O controle de enfermidades como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas também precisam ser monitorados frequentemente durante o período de crise.
Caso seja necessário sair de casa, é importante seguir as orientações universais, como lavar bem as mãos, ao sair e ao retornar, afastar-se de pessoas com suspeita de infecção e evitar contato físico com qualquer tipo de pessoa.
A utilização de máscara não deve ser de uso rotineiro para pessoas que não estão infectadas com coronavírus ou outro tipo de resfriado.
“A máscara muitas vezes gera a falsa sensação de proteção e a pessoa acaba relaxando com outros cuidados. Sem contar que após três ou quatro horas de uso a máscara pode virar um meio absurdo de contaminação”, explica o médico.
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