O que fez Maringá perder o primeiro lugar entre as melhores cidades do Brasil? Dados são do IDGM da Macroplan

No ranking, cidade se destaca pelo tratamento de esgoto e resultados na educação

  • A quarta edição do estudo Desafios da Gestão Municipal (DGM) divulgado pela Macroplan mostra que Maringá perdeu o primeiro lugar entre as melhores cidades do Brasil. Passou para o segundo lugar, em avaliação que considera os resultados de 2017 e 2018. No DGM da Macroplan divulgado em 2019, Maringá figurava em primeiro lugar.

    Em 2020, Piracicaba (SP) se tornou a primeira colocada no ranking geral da pesquisa com 0,757 pontos. Maringá ficou em segundo lugar com 0,739 pontos, empatada com São José do Rio Preto (SP). A pontuação varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor o desempenho do município.

    O ranking avalia os 100 maiores municípios do país em termos de população (mais de 273 mil habitantes), que respondem por cerca de metade do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para chegar ao resultado, o estudo analisa os avanços das cidades em quatro áreas: saúde, educação, segurança e saneamento e sustentabilidade.

    O desempenho do município é avaliado por um índice composto por 15 indicadores de todas as áreas analisadas, o Índice Desafios da Gestão Municipal (IDGM). O estudo divulgado nesta quinta-feira (13/2) utiliza dados de 2017 e 2018.

    Entre as quatro áreas analisadas, Maringá teve o melhor resultado em saneamento e sustentabilidade e conquistou a 2ª posição entre as 100 cidades brasileiras.

    A cidade registra o pior resultado em segurança e ocupa a 30ª posição. Em educação, Maringá está em 12º e na área da Saúde em 8º.

    Entre 2007 e 2017, o estudo mostra que a cidade subiu 12 posições em segurança e quatro em saneamento. Na década, Maringá perdeu uma posição na educação e cinco em saúde.

    Ao analisar os componentes de cada área, Maringá se destaca pelos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Ensino Fundamental I, que é de responsabilidade do município, e pelo tratamento de esgoto.

    A cidade alcançou 7,0 pontos no Ideb em 2017, ficando na 4ª posição. Estima-se que 100,00% do esgoto gerado em Maringá em 2018 foi tratado. Com isso, o município fica em primeiro lugar entre as 100 cidades analisadas.

    Apesar dos bons resultados gerais em algumas áreas, o estudo revela alguns problemas que precisam ser encarados pelo município.

    Para Maringá, o cenário é negativo em relação ao Ideb do Ensino Fundamental II, de responsabilidade do governo estadual, e em relação ao serviço de coleta de resíduos domiciliares e ao número de mortes no trânsito.

    Maringá alcançou 4,6 pontos no Ideb do Ensino Fundamental II em 2017. O resultado está dentro da média dos municípios analisados e a cidade figura na 44ª posição.

    Em saneamento, estima-se que 95,77% da população tenha sido atendida pelo serviço de coleta de resíduos domiciliares em 2018. O percentual é inferior à média dos 100 maiores municípios analisados e coloca Maringá em 84º.

    Em segurança, a taxa de homicídios em Maringá variou de 16,26 por 100 mil habitantes para 12,05 por 100 mil habitantes entre 2007 e 2017. Nesse último ano, a cidade apresentou uma taxa menor que a média dos 100 maiores municípios do Brasil, ocupando a 20ª melhor posição no ranking.

    No entanto, a taxa de óbitos no trânsito alcançou 20,41 por 100 mil habitantes em Maringá em 2017. Nesse ano, o município apresentou uma taxa maior que a média dos 100 maiores municípios do Brasil, ficando na 89ª posição.

    Para a economista do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), Yamine da Mata, esse é o momento em que o município deve analisar os resultados do estudo e buscar bons exemplos em outras cidades.

    De acordo com ela, esses resultados são importantes. Além de indicadores sociais, os dados têm impacto na economia e na geração de negócios.

    “Esses indicadores são socioeconômicos, têm o ponto de vista social e o econômico. Como a gente divulgava que a cidade era a melhor cidade para se viver no Brasil, isso atraia investimento. É importante que a cidade tenha boas posições no ranking não só para a própria cidade, mas também para atrair investimento externo”, diz a economista.

    O que leva Piracicaba ser melhor que Maringá?

    Para a economista do Codem, Yasmine da Mata, que acompanha os resultados do estudo, era esperado que Piracicaba superasse Maringá no ranking. Segundo ela, o desempenho da cidade em educação e saneamento é o fator principal que leva Piracicaba a assumir o primeiro lugar no estudo.

    Em educação, por exemplo, Piracicaba fica em primeiro lugar entre os municípios analisados. Na área de saneamento, a cidade ocupa a primeira colocação no serviço de coleta de resíduos domiciliares, índice de abastecimento de água, atendimento de esgoto e tratamento de esgoto. A cidade só não se destaca no índice de perdas na distribuição de água, em que ocupa a 69ª posição.

    A razão entre o número de crianças e o número de matrículas em creches e pré-escolas é outro dado que chama atenção. Enquanto em Maringá a razão entre matrículas em creche e o número de crianças de 0 a 3 anos é de 55,24%, em Piracicaba esse percentual é de 65,42%.

    Em Piracicaba, a razão entre matrículas na pré-escola e o número de crianças de 4 a 5 anos é de 100%, enquanto em Maringá esse número fica em 92,73%.

    O Maringá Post entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Maringá, que preferiu não comentar os dados do estudo. O espaço está aberto para manifestações.

    Comentários estão fechados.