Conheça um pouco sobre Ivani Marangoni. Ela foi a primeira vítima do trânsito de Maringá em 2020

Ivani trabalhava no Departamento de Economia Rural (Deral) e praticava yoga

  • Ivani Marangoni, de 58 anos, foi a primeira vítima do trânsito de Maringá em 2020. Ela foi atropelada na sexta-feira (3/1) enquanto caminhava pela calçada no cruzamento da Rua Vitória com a Rua Pirapó, na Vila Esperança. Nesta sexta-feira (10/1), a Missa de Sétimo Dia vai ser rezada na Catedral Nossa Senhora da Glória.

    Ivani trabalhava na Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado (Seab). Devido aos cachos loiros, foi apelidada carinhosamente de “cabelos de anjo” pela amiga Elizabete Leme. Ivani trabalhava no Departamento de Economia Rural (Deral) e Elizabete trabalha na Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Mesmo em setores diferentes a amizade e convivência no trabalho era “firme e forte”, conta Elizabete.

    “Carinho e estima é o que eu tenho por essa pessoa maravilhosa. Ivani era uma pessoa incrível e responsável em tudo. Vários adjetivos me passam na cabeça pare recordar essa velha amiga que era muito verdade, mas suas maiores qualidades eram a gentiliza, solidariedade e franqueza”, recorda Elizabete.

    Ivani Marangoni com a amiga Elizabete Leme que carinhosamente lhe deu o apelido “cabelos de anjo” / Arquivo pessoal

    Meiga e amável não foram adjetivos usados somente pela companheira de trabalho. A professora de dança do ventre, Elizabet Moro, também descreve Ivani Marangoni como uma “pessoa ímpar”.

    “Foi um susto quando eu vi a reportagem na TV. Ela estava morta. Eu parei, olhei de novo com mais atenção e pensei ‘eu conheço essa pessoa’. Na hora fiquei em choque”, conta a professora de dança Elizabet Moro.

    Durante os cerca de quatro anos que Ivani frequentou a escola de dança um laço de amizade foi formado com a professora. De acordo com a Elizabet, a relação delas extrapolou os limites da sala de aula. “Nós saíamos juntas, nos encontrávamos em eventos, trocávamos mensagens de Natal, aniversário, coisas de amigas, sabe.”

    Ivani era uma pessoa tímida e a dança a ajudou bastante. “Lembro de diversos encontros que tivemos depois que Ivani saiu da escola de dança, ela sempre falava ‘eu vou voltar ainda viu, eu prometo'”, relembra Elizabet.

    Ivani chegou a fazer uma grande apresentação no ano de 2007. “Convidei ela para participar do espetáculo e no começo ela não aceitou. Lembro que ela achava que não daria conta mas depois de um tempo ela chegou em mim e disse que topava o desafio. Foi uma linda apresentação”, conta a Elizabet.

    Ivani Marangoni no primeiro espetáculo de dança do ventre em 2007/ Arquivo pessoal

    Ivani Marangoni também era aluna de yoga. Na mensagem de despedida no Facebook, a professora Lu Wang destaca o lado determinado da aluna e os benefícios que conquistou.

    “Você era a aluna que mais frequentava o salão de yoga, quase não faltava. Todos esses anos praticando yoga levaram a essa grande auto-disciplina que você tinha. Me recordo de você muito feliz em me dizer que seu filho também elogiou os pequenos músculos da parte de trás dos seus braços”, escreveu a professora.

    Lu finaliza a mensagem com um singelo desejo a Ivani. “Espero que você possa fazer mais no céu. Espero que você ainda tenha esperança. Continue praticando yoga ai. Vá bem e abrace profundamente.”

    A missa de sétimo dia está marcada para esta sexta-feira (10/1) na Catedral Nossa Senhora da Glória, às 18h30. Ivani Marangoni deixa o marido e um filho de 28 anos.

    Ivani Marangoni praticando o yoga / Arquivo pessoal

    Veículo cruzou a preferencial e provocou acidente

    De acordo com a Polícia Militar, uma SUV cruzou a preferencial e colidiu com um HB20 branco. O impacto da batida foi tão forte que o veículo foi jogado para cima da calçada, onde atingiu Ivani e o marido, que faziam uma caminhada.

    Ivani teve ferimentos graves na cabeça que provocaram um traumatismo craniano e lesões no tórax. Ela sofreu uma parada cardíaca no local. As equipes de socorro tentaram reanimá-la por aproximadamente 30 minutos, mas ela não resistiu.

    O marido, Edson Carlos Poppi, sofreu lesões no tórax e no abdômen. Ele foi levado em estado grave para o Hospital Bom Samaritano, onde conseguiu sobreviver. Poppi recebeu alta e está em casa.

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